Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Você me pergunta, coração bom, por que Deus lhe permitiria portar a fraqueza que traz em seu coração, em chaga aberta, com o fito de culpar-se ainda mais, por não ver nenhum propósito espiritual nela.
Lembre-se, porém, coração amado, que não há humildade sem a percepção do limite, que não há humanidade sem deslize.
Sei que sua alma sensível e reta não gostaria de incorrer na mesma vala de erro em que já, n’outras ocasiões, viu-se cair. Entrementes, considere que tal experiência compõe seus quadros de amadurecimento, e notará que, com o tempo, sua limitação faz-se menor e menor, sensivelmente, ao passo que adquire novo panorama de lucidez íntima, menos egóico, mais devotado.
Observe, por outro lado, os estratagemas infelizes dos inimigos desencarnados, que se acercam do seu passo, aturdindo-o de todas as formas, pugnando por fazê-lo desistir de seus intentos de fazer o bem. O raciocínio fica menos claro, as emoções confusas, a consciência pesada pela culpa instilada, a motivação quase ausente de seguir adiante.
Recorde-se, todavia, prezado amigo, da Luz Divina acima de si, e, pensando n’Ela, a Mãe de todos os aflitos, recobrará ânimo para prosseguir. Pense em Maria, a representante para a Terra da Divina Maternidade, e, fitando, na tela da imaginação, seus olhos maternais e indulgentes, infinitamente indulgentes, entenderá que, por maior sua dor, por mais funda sua queda, Deus é Amor e, com persistência e paciência, sim: você conseguirá se redimir.
(Texto recebido em 20 de novembro de 2002.)