Benjamin Teixeira
pelo espírito Eustáquio.
A riqueza veio às tuas mãos e com ela não te impressionaste.
O poder te foi conferido, como outorga superior, e não te sentiste realizado.
O prestígio chegou à tua casa, abrindo portas de oportunidades à tua vida, e não te deslumbraste.
Os prazeres diversos da carne te foram ofertados, e não te sentiste tentado.
Quando chegares a este nível de desapego, prezado companheiro, estarás, seguramente, no caminho da transcendência e na iminência do grande salto rumo à santidade e à angelitude. Mas se hoje ainda te exornam a personalidade fraquezas relacionadas ao dinheiro, ao poder, ao status ou às sensações físicas, podes até dar início a grandes obras de amor e encetares luminosas iniciativas de sublimação íntima e de aquisição de sabedoria, mas, a rigor, continuarás preso ao circuito das existências físicas, em que
demandarás sucessivas experiências de libertação do espírito imortal, na rota da eternidade.
Não pretendas desferir o vôo espetacular da transcendência da noite para o dia. Não aspires à virtude impoluta de santos e à lucidez sem-máculas dos anjos, antes de teres
vivenciado, plenamente, tua condição humana.
Sim, o desejo de progresso é sagrado e louvável.
Sim, podes aspirar a participar da glória e da bem-aventurança dos eleitos auto-eleitos das coortes redimidas dos planos superiores.
Mas cuidado para, à guisa de te candidatares às alturas, não vires a te precipitar às baixadas dos distúrbios psicológicos e morais, pela arrogância e pelas mais variadas taras e perversidades, que contradizem completamente o ideal de ascese, como tão bem atesta a história das religiões e do fanatismo de todos os tempos.
Recorda-te, por fim, de que Jesus, por tantos entronizado na condição de Deus-vivo-antropomórfico, intitulava-se, com freqüência, tão-somente, de “Filho do Homem”, na sugestão direta a que potencializássemos nossa própria humanidade, antes de aspirarmos a conquistas mais altas.
E, então, perante tais conceitos libertadores, assimilando-os em profundidade, concentra-te em te tornares melhor, sem te violentar, e sem violentar ninguém.
(Texto recebido em 10 de março de 2005.)
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