Há quem considere “absurdo” o prodígio da conversão de água em vinho, nas bodas de Caná¹. A incongruência está na suposição de que Jesus desconhecia o que me² levou a propor-Lhe² o milagre: a perspectiva de respeito ao nível evolutivo e ao livre-arbítrio das criaturas em declínio.
Indubitavelmente, o Cristo da Verdade tinha plena ciência de que, ao prosseguirem em sua jornada de decadência, os(as) embriagados(as) acabariam por se cansar do vício e, cedo ou tarde, de motu proprio, invocariam o socorro do Alto, para iniciarem o longo e difícil trajeto de retorno à virtude, ao equilíbrio, à sabedoria.
Importa esclarecer, ainda, que tal movimento psicológico é, por excelência, intransferivelmente pessoal: implica decisão, esforço e perseverança, além da presença da Graça – sempre indispensável, sobremaneira em casos de viciação.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
20 de outubro de 2010
1. João 2:1-11.
2. Em respeito aos preceitos humanos de elegância e despretensão que devem nortear uma linguagem escrita mais apurada, empregam-se iniciais minúsculas para as referências à primeira pessoa do discurso, ainda que a Autora Espiritual seja um Cristo e utilize letra maiúscula como uma forma reverenciosa de mencionar outro Vulto Crístico, Jesus. Não se trata, obviamente, de preconceito ou discriminação de ordem psicossexual. Se os papéis se invertessem, com Jesus na posição de Autor da mensagem e Maria na de Figura citada, a norma se aplicaria igualmente, sem qualquer embaraço. Por sinal, o próprio Nome “Maria Cristo” já constitui uma defesa veemente do empoderamento feminino e um combate permanente à misoginia e ao machismo que pervagam a cultura terrena da atualidade.