Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.


Primeira estação: a fé.
A fé não é uma abstração, mas um fato. A Divina Providência nos cerca por todos os lados, por miríades de fenômenos, circunstâncias, inspiração… Atentemo-nos às sutilezas do caminho, e nos daremos conta de que já estamos sendo envolvidos e abraçados por Deus. Quando encarnados, freqüentemente nos esquecemos desta realidade fundamental, com alto custo em forma de angústia, vazio, tristeza e desnorteamento.

Segunda estação: companhia e assistência dos guias espirituais.
Nunca estamos sós. Temos orientadores em planos superiores de vida, como representantes da Divina Providência, desencarnados ou encarnados, próximos ou à distância, que contactamos pessoalmente, por meio de livros, páginas eletrônicas da rede mundial de computadores, da televisão, ou através da mediunidade, nossa ou de outras pessoas, o mesmo se dando entre os desencarnados. Mentores de freqüências mais elevadas interpenetram-se-nos no campo psíquico, enxertando-nos sentimentos, idéias e valores novos. Precisamos saber buscar as companhias mais adequadas ao nosso crescimento, à nossa paz. Somos nós, como centro decisório em nossas próprias vidas, que estabelecemos as opções de sintonia mental. Alguns preferem a sintonia da obsessão – do medo, do desânimo, do tédio, das paixões mesquinhas, como o ciúme, a inveja, a ganância, a ira. Outros, todavia, preferem o otimismo, a esperança, a fé. Busquemos a voz de nossa consciência, consociada à da razão, para que descubramos, pelos filtros da fé, do ideal e do bom senso, a voz dos nossos guias de esferas mais altas de vida.

Terceira estação: o valor da família.
Consideremos, primeiramente, como família, a parentela biológica: os nossos grandes afetos ou desafetos d’outras existências, que nos vêm compor o colégio familiar, companheiros de destino dos primeiros momentos das reencarnações diversas que vivemos. Vejamos em irmãos, filhos e pais biológicos os primeiros mensageiros da fraternidade universal. Dentro de casa, os maiores desafios ao próprio amadurecimento. E, por outro lado, lembremo-nos da parentela espiritual: os amigos, a família por eleição, companheiros de ideal, colegas de esforço evolutivo em faixa símile de interesses e nível. Sem a experiência da família, no sentido profundo, duradouro, permanente, é simplesmente impossível a ascese, o processo de subida espiritual, de iluminação.

Quarta estação: o valor do conhecimento.
Sem leitura, estudo, participação em cursos, palestras, simpósios, consulta a peritos e sábios – tudo a que tenhamos acesso, em matéria de aquisição de novos conhecimentos – não é possível termos um lastro suficientemente firme para as nossas edificações espirituais. O conhecimento nunca é supérfluo. De alguma forma, cada tijolo de informação constitui uma solidez a mais, para o campo demasiadamente fluido das especulações exclusivamente espirituais. Perseveremos no esforço permanente de consolidar os alicerces de nossas edificações espirituais, através de novas idéias, conceitos, opiniões abalizadas, assimiláveis pela contínua determinação em aprender. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres”, disse-nos Jesus, nos apontamentos de João, capítulo oitavo, versículo trinta e dois.

Quinta estação: afetividade alargada.
Esta estação concita-nos a cogitar sobre a necessidade da solidariedade – das expressões de generosidade, de ternura, de carinho. Não é viável viver o amor de família, como dito acima, seja da parentela biológica ou espiritual, como também não será exeqüível expandir este sentimento para a humanidade inteira, se não exercitarmos a bondade. Incita-nos, outrossim, a dilatar nossa capacidade afetiva, além de todas as fronteiras: étnicas, sexuais, político-partidárias, religiosas. Sem nenhuma postura discriminatória, temos que nos colocar, corações largos, ao mar alto da vivência plena de contato com toda a família humana, preparando-nos para o exercício do amor universal e para a incondicionalidade do afeto das almas em nível angélico de consciência.

Sexta estação: a cruz.
Aponta-nos a cruz… a cruz de nosso Mestre Jesus, a cruz da disciplina, das injunções severas de que não podemos nos evadir, das situações difíceis mas necessárias para nosso crescimento interior, das provações amargas, dos carmas… A cruz é uma seta mística, indicando o Alto, assinalando-nos o único caminho viável para o êxito: subir… elevarmo-nos em direção do Criador, sempre e mais! A cruz que é apenas uma passagem e não um destino. A cruz que representa simbolicamente nossa condição de quando encarnados, supliciados entre a natureza espiritual e corpórea, concomitantemente.

Sétima estação: a Luz Divina.
Representa a Luz… a Luz a que somos conduzidos, pela seta da cruz, a Luz que nos diz plenitude, com o mergulho no intemporal, com a imersão na eternidade. Diante desta possibilidade sempre presente (de contactar a Luz, que sempre está em torno e dentro de nós), ainda que portemos numerosas deficiências, somos convidados a enxergar brechas abertas nas barreiras endurecidas de defesa de nosso ego primitivo, brechas que nos permitirão ser engolfados com a Luz nutriente da Divina Providência.

Oitava estação: resultados do mergulho na Luz Divina.
Fala-nos da paz, da sabedoria, da alteração de conduta conseqüentes ao mergulho na Luz Divina. Todos os dias, deixemo-nos envolver e impregnar pela Presença e Força de Deus… Deus conosco, Deus em nós… Emmanuel l *2)… Deus está em nós… Devemos estar compenetrados disto, conscientemente, para que o fluxo de energia, vida e inspiração, entre nós e Deus se faça mais claro e constante.

Nona estação: aplicação dos conhecimentos.
Convida-nos a trazer todas as teorias aventadas acima à prática no dia a dia, aplicando-as aos nossos dilemas do mundo relacional, aos nossos conflitos psicológicos, às nossas diversas dificuldades no mundo material, na manutenção da fidelidade de compromisso com a Luz.

Hoje, prezados irmãos, propugnamos a reflexão nobre, já que tudo tem início no campo fundamental das idéias. Pela matriz dos conceitos apropriados, podemos gerar verdadeiras revoluções em nossas vidas.

Aqui exarado um resumo singelo do que deve ser feito vida afora. Fixem-no e, sobremaneira, vivenciem-no, porque somente pela prática reiterada, pela disciplina da conversão de teses em fatos, conjecturas em hábitos consolidados, em forma de nova natureza, libertadora, lograremos fazer surgir o “homem novo”, a “mulher nova” (*3), que devemos ser, em que devemos nos tornar.


(*1) Mensagem transmitida psicofonicamente, no transcurso da Jornada Holística “Conectando-nos com o Alto”, no dia 27 de agosto de 2005, por ocasião de uma indução do grupo reunido no retiro da “Praia do Saco” a um estado alterado de consciência, por mim e a mentora espiritual, em estado de comunhão mediúnico-mental.

(*2) “Emmanuel”, do hebraico: “Imm(a)-nu-El” significa: “Deus está conosco”.

(*3) Fazer nascer o “homem novo”, a partir da morte do “homem velho”: sugestão de Jesus, quando de sua passagem pela Terra, no sentido da transformação, do que foi traduzido como “conversão” – na verdade escrito, nos textos originais em grego: “meta-nous” (algo como: “transformação mental para melhor”)

(Notas do Médium)