Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Lágrimas são sementes de felicidade. Bem plantadas, no solo das boas obras, com o adubo do esforço pessoal e a irrigação da conduta sensata e sadia, rendem, como uma bolota normal, cem, duzentos ou mais frutos, podendo atingir números infinitos, na matemática complexa e transcendente das graças de Deus… Para enxergar-se os efeitos de tal lei de modo mais claro, basta que se tome uma perspectiva temporal mais larga. Porque, para “quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir”, a dor é provisória e a alegria verdadeira é permanente…

Se hoje você chora, caro amigo, prezada amiga, pergunte-se: 1) se isso realmente acontece em função de haver cometido erro de que possa se evadir, de hoje para sempre; 2) se há algo construtivo e útil que possa fazer, como resposta ao mal que lhe acomete; 3) que lição pode ser extraída da prova difícil e dura; 4) procure ouvir outras pessoas, perceber-lhes as dores ocultas, e, assim, sair do inferno pessoal, para realizar o paraíso alheio, que lhe contaminará, mais cedo ou mais tarde, fatalmente.

Não se entregue, amigo(a), ao gládio cruel do sofrimento, como se estivesse nas mãos de carrasco insensível e louco, pronto a lhe decapitar todos os sonhos e esperanças de ser feliz. Reaja, agora mesmo, exorcizando o demônio inominável da tristeza, e decrete para si próprio seu compromisso perene com o anjo da felicidade. Cabe a você fazer a escolha por um ou outro, dia após dia, minuto após minuto, e as implicações dessa opção far-se-ão claras, em todos os âmbitos de sua vida, progressiva e definitivamente, ainda que haja redutos de resistência do antigo daimon (espírito, em grego).

Mude hoje seu estado de espírito, e os daimon’s do desânimo, do tédio e da depressão perderão, rápida e efetivamente, espaço em sua casa mental. A opção, todavia, caro companheiro (a), de fato, é sua. Você poderá continuar a alimentar os tiranos invisíveis do medo, do pessimismo e da angústia, respaldando-os com racionalizações e boas desculpas, como sempre faz a mente, em suas funções de justificar até o injustificável. Mas, também, estimado amigo, não renuncie a lógica e, feita sua escolha, jamais reclame das conseqüências. A lamúria é o delírio dos inconscientes, que se lançam no abismo, mas não aceitam o estalido e as dores da queda. E Deus, como ser infinito respeito, respeitar-lhe-á a escolha, seja consciente ou inconsciente, delirante ou sensata, pelo tempo que ela durar, como fonte de aprendizado e crescimento para sua felicidade eterna… Porque, em última análise, como centro de decisão e escolha em sua própria existência, o anjo ou o demônio em sua vida são sempre você mesmo…

(Texto recebido em 16 de agosto de 2002.)