Benjamin Teixeira pelo espírito Irmã Brígida.
Como Lázaro, atado em faixas e preso à tumba, em meio a odores nauseabundos, você se sente irremissivelmente perdido.
Como Lázaro, que era amigo de Jesus e que convivera com Ele, você se sente, muito embora a intimidade que desfrutara com o Divino Amigo, muito distante do Mestre, considerando a chance de renascimento completamente perdida no passado.
Mas as irmãs de Lázaro procuraram Jesus, pedindo-lhe socorro na circunstância inteiramente desesperadora, ainda que parecesse de todo impossível qualquer chance de solução do problema. Da mesma forma, seu ideal gravita, precípite, rumo ao Senhor Supremo, ainda que se sentindo chafurdando na lama de situações desesperadoras. E, como aconteceu a Lázaro, se você se permitir ouvir a voz do Cristo, sairá de seu sepulcro moral, e retornará à vida plena do ideal retamente seguido, com o milagre da reabilitação ante a própria consciência e ante todos, assim como Lázaro que, conforme revela a narrativa evangélica, saiu do seu túmulo, ainda envolto em faixas, ainda em meio a odores fétidos, surpreendendo a todos e a si mesmo principalmente, levantando-se da morte da consciência, para a vida do ideal.
Você, agora, prezado amigo, pode se assemelhar, realmente, a Lázaro no sepulcro. Podridão, escuridão, desespero podem rondar sua alma, fazendo-o descrer da mínima chance de soerguimento. Todavia, se, como Lázaro, ouvir a voz do Cristo a dizer: Lázaro: sai para fora! – preserve o pleonasmo das traduções do texto para o Português, e grite para si próprio sua saída integral para o lado oposto ao ponto em que se encontra. Somente com extrema decisão de mudar, de sair do padrão em que está, mesmo que ainda envolvido nas faixas do vício, do medo, da dúvida, do desânimo poderá alterar o quadro doloroso de degenerescência em que jaz adormecido, assim como Lázaro que, segundo Jesus, dormia. Parta, resoluto, saindo de sua tumba de erro e de desespero de tentar acertar de novo, para o lado externo das iniciativas do bem, fazendo com que os ares limpos do mundo exterior à sua mente, os ares limpos da prática do bem terminem por, definitivamente, sob o sol da Divina Providência, e sob as ordens do Cristo de sua consciência, deslindá-lo de todo elemento putrefacto que ainda carregue consigo.
É verdade. Você pode retornar a morrer, como aconteceu a Lázaro e todos os seus coevos, após a partida de Jesus. Mas quanto à ressurreição de Vida Eterna, isso nunca deixou de ocorrer a tantos quantos se confiaram sinceramente à busca da definitiva integração com Deus.
Perca batalhas, mas não desista de lutar pela vitória final na guerra em favor do bem, e Deus lhe secundará os esforços, garantindo-lhe esse triunfo derradeiro. Como Paulo, combata o bom combate, a fim de que você também seja transformado, em tempo, sempre receptivo à voz de Jesus, no íntimo do seu coração.
(Texto recebido em 7 de agosto de 2001.)