pelo espírito Eugênia.
Não há anjos ou seres de luz ao seu lado, mas, se desejar realmente observar com cuidado, notará almas nobres e corações esforçados e generosos, tentando dar o máximo de si. Por que cobrar tanto, reclamar e exigir o que talvez seja excessivo de quem já não tem d’onde tirar mais?
O colega de trabalho que lhe parece explosivo e incompreensivo pode estar na iminência do gesto supremo do suicídio, cambaleando à beira do abismo da loucura, com sobrecargas psicológicas no lar, a vida mental turbilhonada.
A(O) companheira(o) irascível que se lhe afigura esposa(o) abaixo de seus ideais masculinos(femininos) pode, muito bem, estar azucrinada(o) por tenazes medonhas de agentes invisíveis do mal, talvez sendo um anjo de candura, considerando-se o que sofre sistematicamente.
Veja o gesto de caridade anônima no trânsito. Note o olhar amigo do colega de serviço, sorrindo-lhe quando chega ao trabalho. Perceba o carinho renovado diariamente dos entes queridos que lhe recebem acolhedores em casa. E, se não encontra o ninho de ternura no lar, nem o jardim de afetos no ambiente profissional que almejaria encontrar, tome a iniciativa de espalhar os germens da bondade e da solidariedade, porque, inexoravelmente, colhemos o que damos, de uma forma ou de outra; o que equivale a dizer, caro amigo, que, se sua vida está um “inferno”, a responsabilidade é sua por tê-la deixado tornar-se isso, e cabe-lhe, tão-somente, reverter o quadro, através do empenho perseverante em plantar sementes de paraíso na vida dos outros, para que o céu chegue aos seus caminhos, por conseqüência dos merecimentos angariados no esforço de fazer seu melhor.
Quem, porém, mesquinho e perverso, nega-se a dar amor por supor dever receber antes, seca e murcha, afunda e chafurda, piorando cada vez mais. E não diga que a vida é injusta e cruel, que há pessoas malevolentes ou hipócritas demais; não ao menos para justificar não se dedicar ao pólo do amor, porque, com isso, estar-se-á declarando fazer parte desta ala da humanidade terrícola: os problemáticos, com todos os ônus de responsabilidade cármica daí decorrentes. Se a existência no planeta é difícil, imagine como ficaria sem amizade, fraternidade, confiança, respeito. Sofra decepções e passe adiante, investindo em novos amigos, em novos sistemas de relacionamento. Parar de crer na vida e deixar de esperar e de trabalhar pelo melhor, por sofrer desilusões, é tão infantil como a criança que desiste de ir à escola por ter recebido uma avaliação ruim numa disciplina.
Seja generoso, tome a iniciativa de fazer o bem, seja o melhor nas dádivas largas de afeto e ajuda fraterna, e estará entrando em sintonia com o céu. Dispensável dizer que, com isso, você será, naturalmente, o maior beneficiado.
(Texto psicografado pelo médium Benjamin Teixeira, em 22 de maio de 2006. Revisão de Delano Mothé.)