Eram 4h45 da madrugada desta segunda-feira (horário de Brasília), quando fui acordado, após 4h15 de sono, com uma imagem insólita.
Bem-humorado e satírico, um Amigo Espiritual (que preferiu ficar no anonimato) apresentou-me, numa tela branca, a bizarra imagem de uma coruja que tinha, diante dela, um sapatinho de cristal, lembrando o da antiga fábula de Cinderela – de origem atribuída às tradições chinesas.
Observei o quadro… e, quando me lembrei da mocinha casadoira que, por ser pura e boa (e, principalmente, jovem, magra, linda e loura), mereceria se casar com o príncipe herdeiro do reino (igualmente lindo e jovem, mas também muito rico e poderoso), falou o artista do outro Domínio da Realidade humana, em tom de declamação, com largo sorriso de provocação:
– Calce aqui, Senhora Sabedoria, o sapatinho de cristal das convenções sociais e dos interesses pessoais. Se seu “pezinho” encaixar-se bem, no tão perfeito e mimoso calçado, a Senhora estará certa… e todos(as) serão felizes para sempre!…
Ai de quem julga poder harmonizar a Vontade do Alto com as exigências da Terra, as premências do Espírito e da vocação com os esquemas de valor e costumes de uma cultura ou época específicas, a Voz da consciência e do coração com as opiniões e gostos dessa ou daquela pessoa(s), ainda que muito amada(s)…
Como asseverou Nosso Mestre e Senhor JESUS, “não se pode servir a dois senhores”. E, noutro episódio de Sua Estada no plano físico do orbe, dirigindo-Se a uma discípula apoquentada com a lida doméstica, enquanto sua irmã postava-se a Seus Pés para ouvi-l’O, proferiu o grave e intemporal alerta:
– Marta, Marta… andas inquieta e te preocupas com muitas coisas desse mundo, e só Uma Coisa é importante… Maria escolheu a melhor parte… que lhe não será tirada…
O que, amigo(a) leitor(a), você vai preferir? Ouvir a Voz da Sabedoria – que é a orientação de Deus para você – e segui-l’A, para seu próprio bem e genuína felicidade, ou tentará “enquadrar” a sagrada “patinha” da simbólica Coruja, na prisão mentirosa e sinistra de um frágil, desconfortável e disfuncional “calçado de vidro”?
Benjamin Teixeira de Aguiar e Amigos(as) Espirituais
8 de abril de 2018