por Benjamin Teixeira de Aguiar
Uso 5 canais psíquicos, simultaneamente, na comunicação mediúnica com o espírito Eugênia – com quem converso todos os dias, salvo raríssimas exceções –, meu guia espiritual, na presente encarnação, bem como do Instituto Salto Quântico, que fundei e dirijo, há 19 anos. O sinal mediúnico costuma oscilar, de modo que, em função desta intermitência, utilizo cinco corredores paranormais concomitantemente, para garantir a continuidade da comunicação – quando um fio de sintonia é interrompido, os outros mantêm o intercâmbio, funcionando como um feixe, o que torna o fluxo de comunicação constante e confiável. Eis os cinco canais psíquicos que compõem este feixe mental:
1) Psicovidência,
2) Psicoaudiência,
3) Psicofonia,
4) Psicografia e
5) Empatia.
Assim sendo, quando a adorável mentora espiritual conversa comigo, vejo-a, ouço-a, escrevo por ela, percebo-me reproduzindo, quase que involuntariamente, gestos e expressões seus (incorporação ou psicofonia) e, por fim, noto o que pensa e sente a mestra desencarnada – ao menos, o que ela me permite conhecer de sua riquíssima interioridade espiritual.
Há mais ou menos um mês e meio, Eugênia resolveu-me mostrar paisagens belíssimas do Plano Astral, aparecendo-me impecavelmente bela e radiosa, numa cidade da dimensão extrafísica que, de modo primoroso e melhorado, reproduz a Athenas antiga, em que ela viveu, à época de Péricles – lugar para onde fui mentalmente transportado algumas vezes, em momentos solenes e graves, no trajeto de meu trabalho mediúnico na divulgação nacional do Espiritismo. Uma echarpe vermelha, envolvendo-a pelos braços, dava o acabamento final ao elegante peplo pérola, que recebia, aos ombros, os negros anelados de seus cabelos. Apareceu-me passeando por templos e palácios de estética monumental, enquanto me falava de filosofia avançada e psicologia profunda, acima de todos os esquemas de preconceito e parâmetros das convenções humanas, ou me orientava sobre como agir na direção de nossa Organização espírita. Percebendo-me, realmente, transportado ao Céu, sentia-me vivo e feliz, como nunca… Até que uma apreensão me bateu no peito, e disse, de chofre, reflexivo, à nobre matrona, após uma despedida de nosso encontro diário:
– Deveria ter este mesmo estado de transbordamento místico e de percepção da abundante graça de Deus também com relação às experiências no domínio físico de vida, não é, Eugênia?
E a mentora respondeu, pela psicoaudiência (o contato daquele dia já se havia encerrado, como disse):
– Sim, meu filho… deveria… A graça de Deus abunda em toda parte, em todos os recantos e dimensões do universo…
Passada uma semana inteira, neste deslumbramento fenomenológico, sofrendo ânsias de expectativa pelo momento de reencontrá-la naquele lugar, à hora de nossos diálogos íntimos, disse-me ela, em colóquio secreto:
– Suspenda a escrita.
Obedeci-a, desligando um dos 5 canais habituais de sinergia psíquica com a sábia desencarnada. E notei que não só Eugenia não estava mais psicografando (em nossos contatos pessoais – embora continuasse a fazê-lo, para fins coletivos, nas mensagens do site), como todo o quadro de Athenas antiga havia desaparecido, tendo ela retornado a aparecer na sala de aula singela, onde normalmente costumava surgir à minha psicovidência, para essas lições particulares.
Mais uma semana se passou, e eis que a mestra do Além solicitou-me:
– Não será mais necessário reproduzir-me a presença ao seu lado. A vidência e a audiência psíquicas são suficientes para nossa interação.
Atendi prontamente a Eugênia e desliguei o canal da incorporação. Ela deveria ter motivos de administração de minhas energias, para chegar a tais determinações.
Na semana subsequente, tornou ela:
– Não é mais preciso que me veja. Ouça-me apenas. As “vozes” foram responsáveis pela condução dos maiores líderes religiosos do passado. Não há nada demais em ater-se a esta ponte de comunicação.
Comecei a ficar preocupado; contudo, sem pestanejar, aquiesci, passando a apenas ouvi-la mentalmente, entristecendo-me, dia a dia, por não poder divisar sua adorável e tão amada estampa de diva.
Nova semana transcorreu, e surge-me Eugênia com esta:
– A partir de hoje, gostaria que também se despreocupasse em ouvir-me. Solte seu psiquismo e adeje até mim, sentindo-me por dentro. Pense como penso, sinta como eu sinto o mundo. Em vez de esperar que o Céu desça até você, suba até Ele, a fim de partilhar, de agora, dos paradigmas, valores e sentimentos de quem é habitante das faixas superiores de consciência.
Acatei o que propunha o guia espiritual, é claro, porque, inclusive, não tinha alternativa: afinal, ela é quem manda. No entanto, uma tristeza mortal invadiu-me o coração, tão acostumado que estava a confabular com ela, todos os dias, sentindo-a tão próxima de mim. Quem a poderia substituir?… Outros bondosos espíritos se aproximavam de mim, e continuava vendo-os e ouvindo-os, escrevendo por eles e os incorporando… mas Eugênia… que tristeza(!)… longe como o anjo que é… jazia inacessível. Lutava contra um desgosto profundo que me ia tomando o coração, um desinteresse progressivo de tudo, que se instalava e aprofundava raízes no fundo de minha alma, à medida que os dias se iam passando… Ela, o ser sábio e bom, fora-se… Estar com quem e para quê?…
Entretanto, não fora completamente. Fala-me em pensamento e sentimento, e, através de estados oracionais, eu lograva sentir-lhe a presença, irradiada à distância. (Normalmente, Eugênia se mantém assim, afastada, nas frequências sublimes de consciência e existência em que habita, mesmo quando a percebo claramente, comunicando-se telepaticamente por uma espécie de sistema avançado de videocelular psíquico, como já tive oportunidade de neste site detalhar, em anos transatos.)
A despeito da dor e crise medonhas geradas por esta fase de desligamento aparente da grande professora-santa, acabei por me confortar e agradecer a Deus por tudo de bom que vivia, pelas pessoas amigas e pelos ensejos de trabalho e aprendizado que abundam em meu derredor. Se Eugênia, a partir daquela data, estivesse sempre distante, porque, depois de tantos milênios à minha frente, eu não gozasse mais de merecimento para conviver com ela, que eu aprendesse a me contentar com aqueles que me honravam com o carinho e a atenção, tolerando-me as inúmeras imperfeições, fossem encarnados ou desencarnados. Chorei de gratidão, alta hora da madrugada, e fui dormir…
No dia seguinte (domingo passado), pouco antes de sair de casa para o ministramento do workshop sobre obsessão, quando me sentei para psicografar a mensagem a ser publicar no site (sempre o faço, previamente a atividades públicas), eis que os cinco canais de comunhão mental com Eugênia, por si mesmos, teleguiados pela poderosa mãe-anjo-gênio, abriram-se, instantaneamente, e, como sempre, deslumbrante e fenomenal, sábia e amorosa, linda e clássica, a grande mestra ressurgiu-me à frente, por dentro de minha mente e de meu coração:
– Olá, meu filho! Você passou em mais um teste. Parabéns! Poderá voltar a me contactar, da mesma forma de antes, porque soube ser grato a Deus, quando o que mais valoriza na vida lhe parecia perdido para sempre. E, como premiação por sua boa conduta, não ficarei só a falar com você (geralmente, só ouvia Eugênia): poderá sempre estar comigo no sistema dialogado de comunicação.
Chorei de novo, entusiasmei-me, chegando ao local onde ministraria o workshop, como se estivesse ainda arrebatado ao sétimo Céu. Pouco importava a loucura dos que eram contrários a mim ou ao Salto Quântico, ao Espiritismo ou a Deus… Pouco me interessava se havia dificuldades ou adversidades… Ela estava comigo… como representante de Deus que é: a grande mentora espiritual de todos nós…
E, diante de tudo isso, amigos e queridos leitores do Salto Quântico, que se põem, junto a mim, debaixo da proteção e da orientação mística deste anjo-gênio, digamos, em uníssono:
“Se Deus é por nós… quem poderá estar contra nós?!”
(Texto redigido em 5 de junho de 2007.)