por Benjamin Teixeira.
412 livros psicografados, sobre ciência, filosofia e religião; pérolas do beletrismo lusofônico, assinadas por grandes autores da literatura Portuguesa (já asilados no plano extrafísico de vida), respeitando-se seus respectivos estilos, incluindo a métrica (no caso de alguns poetas clássicos), a assombrarem críticos literários de todos os gêneros; mensagens de caráter pessoal provenientes de personalidades espirituais, contendo datas, nomes, lugares, eventos de que somente o comunicante desencarnado ou os que lhe foram mais íntimos tinham conhecimento – e, para pasmo absoluto dos cépticos, quase um quarto (1/4) destas peças de correio psíquico interdimensional apresentavam a caligrafia que o comunicante do Outro Lado portava, quando ainda neste domínio material de existência, conforme comprovado por exames grafotécnicos extremamente rigorosos, levados a efeito por peritos em detectar fraudes, daqueles muito hábeis em evidenciar o plágio de estelionatários, a pedido de autoridades judiciais. Entre estas epístolas do Além, os missivistas chegaram a grafar em idiomas desconhecidos do médium e em caracteres não-ocidentais, como no caso da escrita arábica (!).
Ainda na esfera da psicografia, algumas das obras de cunho científico de sua lavra ostentaram tamanho nível de precisão terminológica, quanto de avanço conceitual, que um livro como “Evolução em Dois Mundos”, recebido em 1958, para ser lido (e compreendido), imprescindível se reúna, até os dias de hoje, uma banca interdisciplinar de estudiosos, a fim de que cada componente interprete, para os demais partícipes, os trechos do texto concernentes a sua área de especialização, com nomenclatura e eventos biológicos altamente específicos. Zoologia, botânica, microbiologia, genética, paleontologia, embriologia, sem contar inúmeras especialidades médicas, foram devassadas assombrosamente, nesta obra singular da literatura espiritista, ditada pelo espírito que utilizava o pseudônimo André Luiz (provavelmente o famigerado cientista brasileiro Carlos Chagas), ao médium, cuja instrução formal se detivera na quarta série do curso elementar. Não fora esta síntese perfeita de inúmeros campos do saber, a publicação supracitada ainda cobre as lacunas cognitivas, digamos assim, entre todos os âmbitos de pesquisa, incluindo uma surpreendente resposta para o famigeradíssimo “elo perdido” da evolução das espécies. Como atribuir um compêndio desta envergadura a um mero fenômeno do inconsciente de um funcionário público, com apenas o “curso primário” concluso?
Ao final dos anos 1970, no apogeu da Guerra Fria, com a preocupação de ambas superpotências bélico-nucleares em desenvolver espionagem psíquica, para fins militares, através da utilização de paranormais superdotados, cientistas da NASA visitaram o médium brasileiro, já à época com fama internacional. Vieram-lhe medir os potenciais energéticos, e quedaram-se estupefactos ao detectar, no doce e cândido Chico Xavier, uma aura (o estreito halo que nos circunda a pele, para falar grosseiramente, de uns dois a três centímetros aproximados) com um raio de inacreditáveis 10 metros! Sim, é isto mesmo: o equivalente a 20 metros de diâmetro, como se o célebre sensitivo vivesse, continuamente, dentro de uma bola de energia e luz, a emanar de seu ser redimido. Não sabiam os estudiosos norte-americanos, entrementes, que tal potencial energético dizia respeito não só a sua extensão fenomenológica paranormal ímpar, mas, outrossim, à elevação de seus sentimentos, à grandeza moral de sua alma; em suma, à sua significativa evolução espiritual, em cotejo com os padrões médios do globo. Ou seja, além de um fabuloso intermediário entre as duas dimensões de Vida, Chico Xavier era, na mais completa expressão do verbete, aquilo que se entende por uma pessoa santa, um, como se diz no meio espírita, “Ser de Luz”.
Que o anjo-canal, talvez o maior gênio mediúnico da história da humanidade terrícola, uma das mais espetaculares provas vivas da imortalidade da alma humana, em todos os tempos, vele por nossos destinos, conduzindo-nos a veredas de autotranscendência e felicidade!…
(Texto redigido em 14 de abril de 2008. Revisão de Delano Mothé.)