Em 19 de fevereiro de 2019, na cidade de Woodstock (a do estado de Connecticut e não de Nova York), durante um retiro espiritual, fui arrebatado a terrível experiência psíquica e me vi num aeroporto foco de uma explosão, em área indefinida. Não havia fogo, destroços de edificações, nem corpos humanos atingidos. Contudo, os corredores e as alas de embarque e desembarque do local estavam abarrotados de pessoas em estado de choque, agachadas ao rés das paredes, após soados os alarmes de emergência. Chamou-me atenção também o fato de que os(as) circunstantes portavam evidente biotipo dos povos do Oriente Médio.
Somente 11 meses mais tarde, em janeiro de 2020, com o ataque ao aeroporto de Bagdá, em que o segundo homem mais importante do Irã foi morto, compreendi a cena que me fora revelada. À época da vivência paranormal, todavia, só sabia tratar-se de uma linha de eventos futuros que estava sendo evitada, e cheguei mesmo a declarar isso ao grupo dos(as) que acompanham minhas três palestras semanais fechadas – apenas as de domingos são abertas ao grande público. Fiquei perplexo, entretanto, porque, de fato, acontecera o que eu tinha previsto.
Diante de minha natural confusão, Eugênia-Aspásia, Guia Espiritual de nossa Organização, esclareceu-me que estávamos vivendo uma outra linha temporal, muito semelhante, mas sem os desdobramentos apocalípticos que teria aquela que havia sido suspensa.
Nesta madrugada de quarta-feira, 9 de março de 2022, atravessei experiência similar, bem mais ampla, porém, em sua extensão de significados e instruções. Uma dor mental – se é que assim posso me expressar – acometeu-me de modo tão intenso, que precisei paralisar todas as atividades. Como medida de emergência, solicitei a meu esposo, Wagner, que conduzisse o veículo, pelas regiões ermas e campesinas das redondezas de onde residimos (LaGrange, Nova York), debaixo do manto da noite, para orar… orar…
Mal saímos de casa, entrementes, e a Mestra da Espiritualidade Sublime pediu que me concentrasse em transe mediúnico. Ato contínuo, minhas pálpebras se cerraram. À música executada pelo aparelho de som do carro se sobrepôs uma outra, com coros de anjos se entrelaçando às notas da que era reproduzida no domínio físico, enquanto a Imagem Augusta da Mãe Espiritual da humanidade terrena apareceu. Seus Olhos exalavam força protetora e amor, concomitantemente, de uma maneira inenarrável.
Eugênia-Aspásia, então, em tom grave, me disse:
– Preste atenção ao que Ela vai fazer. O grande gênio do mal, arqui-inimigo desta comunidade humana, está atuando, mais uma vez, no sentido de aproveitar a janela de oportunidade de haver um tirano megalomaníaco com poderio nuclear nas mãos, para tentar a realização de seu antigo plano de destruição de nossa família planetária.
O cenário que se desenrolou em seguida, foi, a dizer por baixo, impressionante. Maria Cristo, com vestes muito alvas, começou a resplandecer cada vez mais feericamente luz de Seu corpo espiritual e ergueu suavemente a destra, num movimento que transmitia tanto poder, que era como se fizesse, figurativamente, o chão trepidar e um grande estrondo surdo ecoar por toda parte.
De Sua mão direita espalmada, passou a jorrar um jato luminoso que abriu, perante minha visão estupefacta, um panorama espetacular, impossível de ser descrito em palavras, porque representava a eliminação de possibilidades de “colapso da função de onda”, numa linguagem de física quântica. Simultaneamente, eu era informado sobre o que estava sendo “eliminado” ou impedido de se materializar: uma guerra nuclear de proporções mundiais e o consequente arrasamento total da presença humana sobre o orbe.
Percebi que minha mente fazia um esforço hercúleo, embora automático – completamente fora de meu controle –, de produzir metáforas, em forma de outras imagens, para traduzir o que eu não poderia compreender em sua amplitude, complexidade e profundidade. Vi colossais mísseis balísticos dotados de ogivas nucleares devastadoras serem lançados e trazidos de volta a seus silos.
A alegoria me remeteu aos três pastorinhos de Fátima, que divisaram um anjo (“com asas”) “lançando fogo” sobre os seres humanos impenitentes e sendo detido pelo “esplendor de Nossa Senhora”. E cogitei de mim para comigo: da mesma sorte que as criancinhas portuguesas não conseguiriam assimilar mais que isso, sem dúvida o mesmo, proporcionalmente, dava-se comigo, em relação àquelas “corrupções” de cadeias de eventos e “rupturas” de linhas espaço-temporais.
Eugênia-Aspásia veio em meu socorro:
– “A acutíssima dor mental que você sentiu e as cenas que nota como que se sobrepondo, em contradição umas às outras, configuram, para sua psique, o entrechoque, no campo causal de fluxos de destinos potenciais, entre a determinação do poderoso intelecto do gênio do mal, que pugna por extinguir nossa espécie sobre a Terra, e a Portentosa Mente de Nossa Mãe Maior, que o detém, uma vez mais.¹
Isso já ocorreu em 1962, no transcurso da crise dos mísseis de Cuba; em 2001, a partir do ataque às Torres Gêmeas de Nova York; em 2020, com o episódio-gatilho do aeroporto da capital iraquiana, e em mais algumas ocasiões, com menos probabilidade de resultarem em armagedom nuclear.
No período apavorante da guerra que é atualmente deflagrada em solo europeu, talvez acompanhemos o mais perigoso de todos os ensejos que esse ser das trevas tem para atingir seu objetivo. No entanto, a Mãe Excelsa, Refletora da Face Maternal de Deus para o globo, bloqueia-lhe a mobilização genocida novamente, até o ponto em que o livre-arbítrio de indivíduos e coletividades permite. Por isso, a despeito de o pior não vir a se concretizar, muito sofrimento, violência e desesperança se alastram sobre a superfície material de nosso pequeno rincão do sistema solar.”
A essa altura das elucidações da Orientadora Espiritual, o Vulto Sagrado da Mãe Crística voltou Seus Olhos em minha direção e vocalizou, portas adentro de meu coração:
– Torne a reiterar às pessoas que elas estejam em paz. Que não permitirei, em Nome das Forças que Representam a Divindade, a destruição deste projeto civilizatório. Que orem, com fervor, a fim de auxiliarem a repercutir, na dimensão física de existência, o que as Potestades do Bem, incluindo o Cristo-Verbo Jesus, emanamos para o planeta. Que permaneçam confiantes de que, ao fim, meu imaculado propósito maternal de salvar esta humanidade triunfará, e assim, como Javé profetizou no Gênesis, através da mediunidade de Moisés, pisarei a “cabeça do dragão” – a motivação tenebrosa do mais pujante agente do mal na Terra, que ainda alimenta o intuito de arruinar a longa saga evolutiva neste recanto do universo conhecido pela ciência terrestre.
Cessadas essas Palavras, o extraordinário quadro mental² se desvaneceu diante de mim, emocionalmente exausto, com mais de uma hora de tráfego, no meio da escuridão e do “nada”, madrugada adentro, em direção à Luz e à Totalidade Divinas, no raiar de uma nova era de concórdia, fraternidade e prosperidade para a humanidade terrícola…
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
9 de março de 2022
1. Obviamente, fui levado a perceber tão só uma infinitésima parcela do referido entrechoque, dada minha enorme limitação humana perante os dois ingentes antagonistas: o do mal e A do Bem.
2. Parte significativa de minha vivência espiritual não pôde vir a lume, por estar debaixo de sigilo solicitado pela Espiritualidade Amiga.
(Notas do médium)