Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
“Re-descubra” o caminho da felicidade. Nem sempre se podem ter, com muita facilidade, estradas asfaltadas rumo à realização pessoal. Por isso, veredas perigosas e marginadas de riscos serão freqüentes, bem mais freqüentes. Não se deixe intimidar, porém, por esses perigos envolvidos na perseguição de seu bem-estar pleno. Siga em direção a sua meta, infatigavelmente, e, sem demora, descobrirá sendas mais adequadas a seu roteiro de paz.
Viver a vida no regime da abundância tem seus riscos, mas os benefícios são muito maiores. Ter avareza no viver, esconder-se de experiências necessárias é que, de fato, tolhe o crescimento do indivíduo, relegando-o à retaguarda e à frustração. Não estamos postulando permissividade ou condutas inescrupulosas, mas sim abertura ao novo, a fim de que velhos paradigmas, obsoletos, sejam permutados por padrões ignotos de percepção e vivência, visto que, após testadas, muitas perspectivas novas – entre as que se farão improfícuas ou mesmo francamente destrutivas – se mostrarão, realmente, melhores que aqueles primeiros (os paradigmas já conhecidos). Ou, senão, arranjos complexos e originais podem ser montados, combinando-se antigos com novos modelos de percepção e comportamento, em busca da completude do ser, de sua totalidade e sua multidimensionalidade, otimizando experiências e crescimento pessoal, potencializando o aproveitamento da existência e das possibilidades de evolução. A vida é plural. Toda uniformidade a empobrece, castrando os indivíduos, mutilando as situações, cerceando a expansão dos acontecimentos e dos fenômenos. A diversidade é importante, inclusive, para que se possa fazer a seleção do melhor. Mas há uma diferença grave entre diversidade e licenciosidade. E, como se trata de questão extremamente complexa, deve-se procurar um prisma além da mente analítico-racional: a ótica da mente inconsciente, emocional, intuitiva, que pode processar um número exponencialmente maior de dados do que a mente consciente, egóica, de vigília. Ademais, para que simplifiquemos realização tão intrincada e sutil, vamos propor algo bem prático, para ser feito em qualquer circunstância, por mais complicada ou obscura; algo que vimos sugerindo com freqüência, dada a importância do hábito: ouvir a voz da paz…
O que o deixa tranqüilo? com a sensação de dever cumprido? de estar na rota da verdade e do bem? Em toda a balbúrdia da busca do melhor, da prosperidade e da evolução contínuas, deixe-se conduzir, prezado amigo, pela voz da paz. Os sofismas aparecerão, as tentações e seduções perigosas, destrutivas, farão tudo para desviá-lo de seu destino de felicidade. Mas, se estiver atento à voz da serenidade, da paz, da verdade, nunca será inteiramente ludibriado. Poderá ser provisoriamente despistado do caminho do bem, mas logo estará sendo recambiado à sua trilha original, marchando, a cada retorno, progressivamente mais seguro, mas firme, mais amadurecido e decidido a respeito de quem é, o que quer e para onde vai.
Não antecipe problemas, tragédias, impedimentos, nem tampouco se deixe intimidar pelos desafios mastodônticos do presente. Lembre-se de que sua mente consciente é apenas uma parcela ínfima de um contexto muito maior. Faça a sua parte, com denodo e constância, e desanuvie-se quanto a resultados e eventuais problemas de percurso. Permita ao futuro mostrar-se com sua manta mística de mistério. Você não pode prever muita coisa, a não ser que nada é inteiramente previsível. Sendo assim, relaxe e siga por sua rota de realização pessoal, rumo a seus grandes objetivos de vida, tentando fazer sempre o seu melhor; e tranqüilize-se: o melhor, dentro do possível, realmente acontecer-lhe-á.
(Texto recebido em 25 de abril de 2000. Revisão de Delano Mothé.)