O problema básico da seara espiritista, atualmente, é a falta de respeito às necessidades de subsistência no mundo material. Enquanto há excessos, no fausto e na opulência, bem como na locupletação indébita, no seio de numerosas correntes do pensamento cristão ortodoxo, prolifera, estupidamente, no meio kardecista, a falta de bom senso na viabilização de projetos dignos de atendimento ao bem comum.
Urge elidir-se, de uma vez por todas, a visão mesquinha e anacrônica de que dinheiro é sujo e malévolo. A força monetária está no mundo, a serviço de Deus, constituindo uma energia de Espiritualidade Sublime que edifica e mantém ativos escolas, museus, bibliotecas, hospitais e centros de pesquisa científica, bem como templos, orfanatos e asilos…
Como desmerecer o poder pecuniário que adquire o alimento para a criança, o medicamento para o enfermo, o agasalho para o idoso? Algum profissional, por acaso, é indecente por receber o justo salário por seu trabalho?
Atentemo-nos para os mecanismos diabólicos destes preconceitos provincianos e incompreensíveis, para quem se pretenda atualizado, lúcido e instruído, maduro ou, pior ainda: sábio… É o aparte do coração, mas, principalmente, da razão, que trago hoje aos prezados confrades.
Sim(!), combatamos o charlatão aproveitador, o interessado que adultera os propósitos sublimes de nossa causa, mas que, nesta sanha de pureza e de fidelidade aos nossos princípios de priorizar o espiritual sobre o material, cuidemos de não eliminar nossas possibilidades de fazer o bem, estendendo esperança e esclarecimento aos sofredores da Terra.
O irmão em Cristo,
Temístocles.
(Texto composto em 27 de março de 2007. Redação e psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)