Benjamin Teixeira de Aguiar
Pelo Espírito Gustavo Henrique
Chico Xavier disse, certa vez: “O trabalho engrossa o fio da vida”.
Importa esclarecer, porém, a que gênero de trabalho o médium luminar se referia, canalizando Faixas Sublimes de Consciência.
No final do século passado, norte-americanos criaram o conceito de “viciados em trabalho” (“workaholics”), para indivíduos que, na dedicação profissional, buscam fugir de questões existenciais relevantes, enquanto consomem o corpo em hiperatividade destrutiva.
Nas últimas décadas do século passado, “karoshi” foi a palavra criada, pelos japoneses, para indicar a morte súbita causada por completa exaustão psicofísica gerada pela concentração histérica no exercício profissional.
“Stress”, poucos anos antes, foi o termo técnico que estudiosos anglofônicos da saúde humana incorporaram da “engenharia industrial”, para nominar não a “fadiga e deterioração das máquinas e ferramentas, decorrentes do uso sistemático”, mas o desgaste orgânico, por sobrecarga de trabalho e preocupações a ele relacionadas, que adoece e conduz ao óbito precoce – estresse (como foi aportuguesado) considerado gênese para uma penca de enfermidades fatais, incluindo AVCs e infartos do miocárdio.
No século 19, médicos sugeriam “estâncias de repouso” a grandes magnatas, estafados pelos rigores demorados no universo do trabalho, para que respirassem “ares” mais saudáveis e não fossem devastados pela “consunção” ou tuberculose, para ser mais preciso… uma “consumição” do organismo.
E, base máxima para nosso postulado, aqui desenvolvido, sobre o tema: Nosso Mestre e Senhor JESUS, ao ser invocado por uma aplicada trabalhadora das lides domésticas, disse-lhe sobre aquel'outra, que se postara a Seus Pés ouvindo-O, devotada, esta última, a outra estirpe de trabalho: “Marta, Marta, andas ocupada e preocupada com muitas coisas, e só uma Coisa é importante. Maria escolheu a parte boa, que lhe não será tirada.” (Lucas, 10:41-42)
Profissionais do sexo trabalham; empregados de casas noturnas e bares, igualmente. Grandes conglomerados industriais produtores de bebidas alcoólicas e tabaco geram empregos e fortuna para seus acionistas e para os Estados a que pagam impostos. Agentes criminosos – de colarinho branco ou camisa rota, segundo as leis humanas ou além delas – que ainda não foram aprisionados ou regenerados, aos milhões, ocupam-se, todos os dias, e denominam sua ocupação, normalmente, de trabalho.
O trabalho que “engrossa o fio da vida” e, muito mais:
1. que fomenta a saúde integral (incluindo a mental e a espiritual),
2. que gera bem-estar profundo,
3. que propicia melhora progressiva da sintonia psicoespiritual,
4. que premia a pessoa com créditos cármicos,
5. que atrai a simpatia e o auxílio de Agentes dos Domínios elevados de Consciência…
Não está vinculado a muitos estereótipos altamente preconceituosos (permitam o pleonasmo):
1. se é doméstico ou não,
2. se é remunerado ou não,
3. se carreia prestígio ao indivíduo ou não,
4. se alcança muitos(as) ou poucos(as) beneficiários(as)
5. e até mesmo, embora mais efetivo se sim: se é vocacionado ou não…
O trabalho que liga a alma aos Fluxos e Fontes inexauríveis da Vida e da Divindade apresenta 4 características indispensáveis:
1. Constitui um serviço ao bem comum.
2. É executado com espírito de respeito ao próximo.
3. É realizado com o prazer de ser útil a outras pessoas.
4. É articulado com disciplina e continuidade.
Este último tópico, apesar de ser o mais incensado pela cultura, no plano físico de existência, na Terra dos dias que correm, é o único, dos 4 pontos fundamentais ao trabalho “luminoso”, que pode também existir nas dimensões destrutivas e malevolentes do ocupar-se e do agir… mas com outros propósitos, dos meramente egoicos, como adquirir riqueza ou status, aos criminosos, mais amplos do que poderíamos descrever…
(Psicografia recebida em 30 de agosto de 2017)