Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido por seu pseudônimo, Allan Kardec, nasceu a 3 de outubro de 1804. 200 anos exatamente passados da efeméride basilar do Espiritismo, a par da publicação de “O Livro dos Espíritos”, não poderíamos silenciar ante seu bicentenário de nascimento, para os proscênios da Terra.
Grande gênio do mundo invisível, que tinha aportado ao mundo, à época de Jesus, na condição de seu discípulo e apóstolo Tomé, retorna ao plano físico de vida, no momento exato em que a ciência materialista atingiria seu ápice, coincidindo sua vida adulta com o clímax do positivismo, poderoso movimento filosófico-científico de caráter duramente materialista. Era o cepticismo de Tomé, entanto, desta vez, a serviço da fé das multidões, pelo único meio que seria possível, dali por diante: a razão.
Não acidentalmente, Kardec publica a obra fundamental do Espiritismo, “O Livro dos Espíritos”, em 1857, dois anos antes de Charles Darwin trazer a lume o seu clássico: “Da Origem das Espécies”, apresentando, porém, uma tese evolucionista bem mais completa que a de Darwin, estendendo a questão do desenvolvimento dos organismos e das espécies, para o nível espiritual.
Em meio ao frisson das grandes casas reais e dos salões mais refinados da Europa, incluindo, além-mar, as fechadas reuniões na Casa Branca, o Espiritismo se espalhou como fogo de rastilho, em seus aspectos fenomenológicos apenas, todavia. Foi a grandiosa mente do mestre lionês, entrementes, que deu embasamento, um corpo de doutrina, um conjunto de idéias e de pensamento, uma forma de pensar, um modo de ser, na relação com os fenômenos mediúnicos, que nunca se poderá esquecer, que constituirá, para toda a história da humanidade, um marco indelével da evolução do pensamento e da cultura humanos.
Agora provisoriamente alojado no Brasil, com pequenas manifestações pontuais na Europa e no mundo, o Espiritismo está se preparando para o seu grande Salto Quântico, quando, então, tornará a se disseminar pelo planeta, levando a mensagem de esperança e fé, sob bases racionais e científicas, conforme o ínclito codificador do Sistema Espírita de pensamento. Desta vez, entretanto, não mais se restringindo aos salões aristocráticos, mas ganhando as telas de TV e de computador de todo o mundo…
A Allan Kardec, nesta data mui especial, nosso muito obrigado, todos nós que, encarnados e desencarnados, afiliamo-nos ao seu sistema de interpretação de mundo, sem sombra de dúvidas o Cristianismo retornando em sua pureza primitiva, redivivo como nunca, dentro dos trâmites da lógica e do bom senso. Não por acaso, de fato, deu-lhe Léon Denis, seu homônimo compatriota (*1), a alcunha muito bem merecida de “o bom senso encarnado”.
A você, saudoso Platão que retorna a retocar a mente do mundo; a você, que foi inspirado, diretamente, mais uma vez, pelo grande amigo de sempre Sócrates, nossa eterna gratidão, seus discípulos perpétuos, desde a Grécia Antiga… (*2)
(Texto recebido em 3 de outubro de 2004.)
(*1) Ambos franceses e ambos portadores do nome Léon. Léon Denis era, assim, xará de Kardec.
(*2) Eugênia propositalmente deixa dúbio quem era amigo de quem; para desviar a atenção, modestamente, para o fato de que foi amiga íntima de ambos (tanto Platão quanto Sócrates) em Grécia Antiga. Assim, expressa sua gratidão e carinho, desviando a atenção para a amizade entre os dois. Mas quem mandou ela ser canalizada ao mundo por um médium doidivanas como eu? Bem empregado! Eu digo a todo mundo! (risos)
(Notas do Médium)