Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
O jovem foi convidado a se afastar do casamento, para se casar com outra mulher, sob a alegação básica de ser uma realeza do passado reencarnada – que nexo poderia haver entre uma coisa e outra?
Recebeu uma oportunidade de participar de trabalho de relevo e, ao reverso de se sentir grato com a oportunidade, e assim agir, começou a se sentir, sem se dar conta disso conscientemente, mais importante que o próprio idealizador da obra, quando já chegou com tudo em andamento e não fez qualquer contribuição que justificasse se sentir especial, quanto mais primordial na tarefa, criando assim problemas e sobrecarga para o responsável, ao invés de ajudar e favorecer a realização da obra superior.
As obsessões estão por toda parte. A vaidade é freqüentemente manietada por gênios invisíveis do mal, que fazem uso de qualquer médium, até os mais confiáveis, em seus momentos de vacilo humano, como uma mãe amorosa ou um pai zeloso, para perder a criatura de seu roteiro de aprendizado e redenção, felicidade e crescimento contínuo rumo a níveis maiores de consciência, fazendo-a andar pelo mundo com “ares” semi-loucos de ser superior (invisíveis a ela mesma e aos promotores de sua loucura, é claro).
Para alguém se sentir superior ou especial, amiúde rejeita a própria razão, regateia os alvitres do bom-senso, para se confiar a fantasias esdrúxulas. Muito facilmente as pessoas se empavonam em poses de cisne, esquecendo-se de que mal passam de pintainhos modestos mal-saídos da casca do ovo. É triste, quando não patético, alguém não enxergar as próprias limitações e nivelar-se com quem não está no seu padrão de desenvolvimento. Esta pessoa pode se sentir enaltecida, mas, para quem está de fora… Principalmente, deixa ela de fazer o que pode, com qualidade, para tentar realizar o que está fora de seu alcance, “queimando-se” e prejudicando, mais do que ajudando quem lhe sofre a influência pessoal.
Atente-se, amigo, para tudo que lhe fomente o sentimento de valor excessivo do eu. Da auto-estima madura ao delírio do culto narcísico da própria personalidade há uma distância abissal, profunda… letal…
Procure afinar-se com a paz, ouça a voz de sua consciência, procure cumprir o que seu coração pede e não o que seu ego sugere. Jamais dê trela à vertigem do orgulho, que embriaga e vicia como qualquer outra droga, por manipular um ponto fraco do ser humano, como quem dá vinagre a quem tem sede, por muito tempo, até que haja condicionamento à nova fonte de líquido, e a vítima da sanha de ataque chegue ao ponto de rejeitar a água pura. Cuidado, muito cuidado, com toda idéia que lhe faz olhar com desprezo os outros, em vez de voltar olhos críticos para si. É provável que, quando faça isso, já esteja completamente tomado por tenazes ocultas da obsessão, tramando pela sua perda e de sua encarnação, bem como de todos que caiam nas malhas de sua influência pessoal.
(Texto recebido em 24 de fevereiro de 2005.)