Para ouvir a Voz de Deus, procure, nesta ordem:
1) Auscultar sua própria consciência, desvestindo-a de desejos do eu-animal, quanto de preconceitos e caprichos de poder ou posse do eu-egoico, submetendo-a, ainda, ao crivo da racionalidade e do pragmatismo, sob a inspiração de ideal do eu-Espírito, para você não delirar em fantasias escapistas de pseudomoral.
2) Intuir as sugestões provenientes de seus guias espirituais e de mestres(as) encarnados(as), como terapeutas lúcidos(as) e mentores(as) genuinamente esclarecidos(as) – alvitres esses que, para serem legítimos, deverão estar endossados pelos recursos de avaliação e interpretação do primeiro item.
3) Considerar as opiniões de amigos(as) e irmãos(ãs) em ideal, sejam eles(as) componentes ou não de sua parentela biológica ou de seu círculo de relações mais íntimas, autorizando-os(as) a falar com honestidade sobre você, sem ocultarem nenhum elemento crítico que porventura percebam em seu comportamento ou em sua visão de mundo – pareceres esses que, da mesma forma, para lhe merecerem crédito, não dispensarão o filtro da primeira ferramenta.
4) Estudar os temas que carecem de respostas ou elucidações, por meio de leitura, pesquisa ou consulta a profissionais das áreas atinentes às problemáticas e pendências que o(a) aturdem, em cada circunstância – e, mais uma vez, para se fazerem válidos, os resultados auferidos dessas iniciativas necessitarão também ser aprovados pelo primeiro parâmetro desta lista de vozes prioritárias, representativas da Verdade para você.
Não há mais instrumentais relevantes a incluir no presente breviário sobre o capítulo axial da busca humana por descobrir, apreender e viver a Vontade do(a) Criador(a).
Contudo, o(a) amigo(a) notará, principalmente no que concerne ao primeiro quesito, uma mastodôntica dificuldade para discernir preconceito de moralidade, dignidade de orgulho, espiritualidade de convenção religiosa, bem como enfrentará, em cada um dos demais tópicos, desafios próprios e variados.
Só os anos de experiência, com quedas e retrocessos naturais, seguidos de aprendizados e avanços ainda maiores, lhe conferirão, gradativamente, capacidade para distinguir com clareza tais realidades.
Ah… você se lembrou da “Palavra de Deus”, que muitos(as) acreditam ser o texto da Bíblia? Sim, está certíssimo(a) em julgar que o Antigo e o Novo Testamentos tenham origem divina, camarada, como inúmeras outras escrituras sagradas da humanidade igualmente a têm, quais o Bhagavad Gita e o Alcorão, no Oriente, ou os livros mediúnicos sérios, no Ocidente.
Entrementes, lamento lhe informar que quaisquer obras escritas, sejam ou não sagradas, estão inclusas na questão 4 e precisam, portanto, ser visceralmente peneiradas pelo critério 1.
Prova dramática do acerto dessa nossa aparentemente polêmica assertiva é a assombrosa quantidade de atrocidades que, no transcurso da história do Cristianismo, foram perpetradas com base em trechos da Bíblia, muito embora sua mensagem fundamental, mormente nos 4 Evangelhos clássicos, seja o amor, o perdão, o serviço ao bem comum e a harmonia entre os seres humanos.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Roberto Daniel (Espírito)
24 de março de 2008