Se sua prece é regada a lamúrias ou pervagada de desejos intimamente gritados, ou mesmo de blasfêmias contra Deus, na revolta ante contingências quase sempre provocadas por sua própria incúria, negligência ou maus atos, nesta ou em outras vidas, você não está orando… mas sim praticando o que se chamava de magia “negra”, e que melhor seria denominar-se de invocação de forças e agentes tenebrosos.
A oração, quando sinceramente voltada à busca de sintonia superior (que começa com o exercício da gratidão pelas infinitas graças recebidas da Divindade) ou imbuída do propósito de auferir orientação dos Planos mais Altos de Consciência, constitui uma sagrada disciplina de conexão com os vetores mentais da supraordenação psíquica.
Rezas mecanicamente recitadas ou impregnadas de paixões primitivas, qual a pretensão fanática de superioridade sobre terceiros, têm conduzido a humanidade a horrendas chacinas e tremendos equívocos de foco, como bem o demonstra a história das religiões sectárias, com suas perseguições a grupos e indivíduos, quanto guerras ditas santas, contra coletividades e nações inteiras.
Espiritualidade e exercícios de religiosidade autênticos nada têm a ver com extravasão de impulsos de poder mal-dissimulados, mas sim com a superação de quaisquer fatores que prendam a alma humana no campo das ilusões materiais, como também com a dinamização dos ímpetos sagrados latentes no âmago das criaturas, no sentido da solidariedade, dos ideais de fraternidade genuína e de transcendência do “eu”, em prol do que concerne ao impessoal, ao intemporal.
Espírito Eugênia-Aspásia.
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar.
09 de março de 2015.