Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

De todos os tempos na Terra, com raros episódios históricos, em culturas primitivas, fomos as desprezadas, vilipendiadas e massacradas, pelo orgulho e ego masculinos.

Fomos porém, sempre, a vitória sobre a morte da opressão e do ostracismo.

Seja por Maria, vitoriosa aos pés da Cruz, que daria continuidade ao projeto a que o Filho, supliciado, não poderia dar prosseguimento, sendo o apoio efetivo na comunidade do cristianismo nascente, inflamando os Apóstolos na noite de Pentecostes, sustentando a todos com seu amor de mãe… até hoje, nas inúmeras aparições simultâneas… da Rainha Mãe… triunfante no inconsciente coletivo e no supra-consciente de homens e mulheres de toda parte…

Em contraposição máxima, poderíamos lembrar de Semíramis e Cleópatra, cortesãs magníficas, que venderam o corpo e a alma, mas destruíram impérios e imperadores junto com sua dignidade de oprimidas devastadoras…

Rememoramos, ainda, Wera Krijanowski, a médium excepcional do “Conde Rochester”… que, enquanto homens doutos especulavam sobre a existência ou não da imortalidade da alma, funcionava na mão dos espíritos, qual marionete viva, escrevendo, mecanicamente, páginas imortais de cultura e sabedoria…

Ilustre nesse galarim de mulheres ímpares… Mme. Marie Curie, a cientista notável e incomparável, que mereceu duas vezes o prêmio Nobel, ainda no tempo em que se usavam saias até os pés e golas até o pescoço… para ocultar a vergonha de ser mulher…

Num nível menor, poderíamos ainda nos recordar da ousadia singela de Natasha Bessmertnova, a bailarina das “mãos quebradas”, que se atrevia e encantava o mundo com suas enormes mãos flexionadas à altura do pulso, rompendo a regra secular de firmeza nas mãos do ballet clássico.

Ou, por fim, ainda nesse nível mais simples, poderíamos notar o vigor e o encanto da deusa séria dos palcos… Mireille Mathieu, a cantora francesa que, para muitos, superou Edith Piaf, com beleza e brilho, circunspecção e fascínio… usando seus ares de boneca, “a namoradinha da França”, para o grito da guerreira dentro de si…

Mulher… somos nós as salvadoras da humanidade… Os homens, por muito tempo, candidataram-se a postos de poder. Seremos nós, todavia, com os postos do amor e da excelência, que levaremos a humanidade ao novo nível de evolução que a espera.

Não desanimemos, por motivo nenhum!
Avante, companheiras amigas… não aguardemos que a força e a belicosidade dos homens nos resgate: elas poderão simplesmente arrasar a humanidade. Confiemos em nossa intuição, nosso coração e nosso ideal… e nada nos fará frente… porque, em assim agindo, fiéis ao nosso mundo íntimo, o Próprio Deus estará do nosso lado…

(Texto recebido em 13 de abril de 2003.)