Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Vão intentar calar a voz do seu ideal. Não é uma possibilidade: é um fenômeno inexorável da existência humana. Não se trata, porém, de algo sinistro, de uma fatalidade inamovível, mas de um desafio complexo e constante à sua consciência, que, com ele, tem oportunidade de consolidar suas tendências evolutivas.
Outra questão curiosa, a respeito dessa realidade amarga e inevitável, é que ela não deve ser esperada, propriamente, em eventos esporádicos e medonhos. Ela acontece cotidianamente, de modo prosaico e silencioso, nas pequenas auto-sabotagens a que a criatura humana se confia, como o desânimo sorrateiro, a crise de raiva ou de tristeza, a fuga de um compromisso essencial, para uma distração supérflua.
Existem inimigos de sua felicidade em toda parte, mas, amigo, principalmente, dentro de você mesmo. Então, considere:
1) A inveja de amigos, familiares, colegas ou desconhecidos.
Já observou que quando você comenta, alegre, com um grupo de pessoas, que iniciou uma nova atividade de ideal, como orações, atividades caritativas, estudos ou de leituras, fica mais difícil dar continuidade a ela, nos dias seguintes? Resista a essa tentação. Redobre os esforços e persista em sua nova disciplina, ou ela se desfará rapidamente, com enorme dificuldade para tornar a re-implantá-la.
2) As energias contrárias dos inimigos desencarnados.
Por mais que soe estranho para alguns e desagradável para todos, é uma realidade de que se deve precatar, assim como o da existência de agentes microorgânicos, a minarem a saúde do corpo. As inteligências alojadas na dimensão extra-física de vida que são contrárias ao progresso espiritual dos encarnados (a fim de darem continuidade à sua sanha de exploração psico-energética, o que se costuma chamar de vampirismo) intentam, de todas as formas, com o uso de táticas hipnóticas sutis, induzir em erro aqueles que estão sob seu ataque. Assim, retroalimentam tendências que já existem nos indivíduos, por ressonância mental, maximizando possibilidades de queda.
3) Os vetores psíquicos destrutivos do próprio indivíduo.
Por fim, nunca poderíamos deixar de considerar a existência de estruturas, no mundo íntimo do próprio indivíduo, que “laboram” contra seus progressos espirituais. Não se trata de contradição: o ser humano é realmente conflitivo, cheio de curiosas complexidades, com desejos discrepantes entre si e inclinações antagônicas, que lutam para obter poder hegemônico sobre a mente consciente. Cabe, assim, ao candidato a maior sucesso e felicidade, ao discípulo da verdade e do bem, não só se conhecer muito bem, como administrar sua casa mental, com critério e disciplina. Esse é o grande campo de batalha da evolução espiritual. É através, inclusive, de estratos “negativos”, digamos assim, do arcabouço mental do indivíduo, que adentram sugestões externas destrutivas, provenientes da maldade ou do egoísmo de encarnados ou de desencarnados (que correspondem aos dois itens anteriores).
Não gostaria de encerrar esse breve estudo, sem considerar outro campo de reflexão dentro da temática: as mais típicas manifestações dessa tendência auto-sabotadora no âmago das criaturas, seja auto-motivada ou provocada por agentes externos. Quando qualquer um deles se insinuar no palco de sua atividade mental consciente, combata-os, com ardor e firmeza, pois que são eles os inimigos maiores de sua alma, de sua vida, de sua felicidade:
1) Desânimo.
Para facilitar o entendimento do fenômeno, aqui estou enfeixando variantes suas como: a preguiça, a desmotivação (desânimo propriamente dito), o tédio e o cansaço. Quando o desânimo surgir, observe se está atendendo ao princípio do equilíbrio: se está respeitando a totalidade de sua vida – ou seja: se está vivendo harmonicamente e em quotas equânimes, todos os departamentos da existência, como o familiar, o pessoal, o profissional, o social, o espiritual, o lúdico, etc. Se está agindo corretamente, em termos de ética, espiritualidade e justiça. Se está repousando adequadamente e alimentando sua alma, como deve. E, se, em respondendo positivamente a essas indagações íntimas, continuar com o insidioso desânimo, simplesmente ignore-o e continue labutando em sua seara de ideal.
2) Culpa.
Todos temos de que nos lamentar pelo que fizemos, nesta ou em outras existências, no plano físico ou no extra-físico de vida. Mas paralisarmos nossos esforços, no cumprimento dos deveres morais que a consciência, a intuição e o ideal nos apontam é mais destrutivo e condenável do que o próprio erro cometido. Desafio constante ao discernimento, por travestir-se de uma pseudo-dignidade e ser uma irmã gêmea tenebrosa de sua luminosa irmã responsabilidade, a culpa frequentemente seduz caracteres nobres, afundando-os num poço de lamúrias, sempre contraproducentes, minando-lhes a autoestima, inviabilizando realizações importantes e úteis, e, em casos mais graves, propelindo-os a enveredar pelos trilhos escuros de novos erros, equivalentes aos que geraram o estado de remorso, ou, quiçá, mais graves. Assim, todas as vezes que se sentir visitado pelos tentáculos da culpa, reconheça o erro em que incorreu (se de fato tratou-se de um erro), comprometa-se a se esforçar sinceramente por não mais repeti-lo (não pode haver garantia absoluta da não-reincidência) e disponha-se a agir de forma compensatória, em relação ao equívoco, seja ressarcindo-se por danos gerados na vida de outras pessoas, ou realizando tarefas construtivas que regularizem a situação da sua “conta bancária” do carma, por ora negativa, com sugerido pela culpa.
3) Ira.
A raiva, específica (em torno de um tema ou pessoa) ou generalizada, seja em forma de irritação contínua ou de surtos de revolta e de indignação, indica uma das mais perigosas formas de sintonia com as forças do mal. Seja assertivo, resolutivo e prático. Use a energia da indignação para corrigir algo que precise de reparação, mas jamais se confie a estados habituais de raiva ou mesmo de mágoa, que a mascara. Elas constituem porta aberta para agentes perversos do mundo espiritual agirem em sua vida, contra você mesmo e os seus.
4) Julgamento.
No sentido de censurar sistematicamente, desaprovar e considerar inferiores outras pessoas, por perceber falhas ou inclinações indesejáveis em seu caráter ou personalidade. Quem se posiciona de modo continuamente crítico, no que concerne aos outros, com esquecimento das falhas que porte ele mesmo, posiciona-se, de modo perigosíssimo, à beira do abismo da loucura, além de introduzir, em sua vida, toda ordem de amargura, mal estar e ocorrências ainda mais nefastas do as que condena, justamente por sintonizar com o lado pior das pessoas e das situações. E a Vida, é claro, atende, prodigamente, a essa oração de magia negra tão fervorosa e freqüente, semelhante a outro estado de prece negativa que se segue.
5) Pessimismo.
A falta de crença em Deus, no bem e em si próprio, esperando-se sempre o pior de tudo, é uma das mais lamentáveis tendências das almas que enveredam pelo orgulho de tudo saberem e perceberem, apenas porque já são suficientemente inteligentes para notar o mal no mundo. Sim: é sinal de idiotia não enxergar o mal. Mas a verdadeira inteligência não se restringe a enxergar o mal: é bastante perspicaz para ir além dele, e vislumbrar os significados profundos e as finalidades últimas de bem, em cada expressão de mal descoberta. Não acredite no pessimismo: é uma falsa doutrina e um péssimo hábito mental (péssimo mesmo, como o péssimo-ismo). Exercite o otimismo e viva-o. O pessimismo leva à tristeza, à tensão e ao desespero. É uma opção estúpida e louca, portanto, de política existencial. Escolha a felicidade: escolha o otimismo. Aproveita a força do mal para aprender e crescer e foque o melhor, que o gratifica e o faz andar para a frente.
Existem outras formas de manifestação do mal, pelos meandros sutis de emoções e sentimentos desagradáveis, como o ciúme, a inveja, a ganância desmedida, a perversidade. Para eles, deve se aplicar a mesma metodologia de combate estratégico e enérgico, denegando-lhes cidadania mental na própria alma. Destrinchamos mais detalhadamente os cinco acima citados, já que são os mais comuns e talvez o mais danosos, pela sua presença mais corriqueira, no coração dos seres humanos. Os outros sentimentos e emoções negativos, como o apego material, podem, todavia, ser tão danosos quanto os cinco que destacamos.
Lembre-se: a felicidade, a paz, o equilíbrio, a confiança, o amor e ação sistemática no bem são valores de que não se deve evadir por motivo nenhum. Qualquer idéia que lhe sugira afastar-se desses princípios, não provirá de uma fonte divina, e, portanto, é suspeita de imediato.
Faça uma devassa em sua alma, e retire da clandestinidade os sentimentos e pensamentos que o atordoam, dissecando-lhes as causas profundas e substituindo-os por boas idéias e bons sentimentos. Faça isso ou seja tomado pelas forças desagregantes de seu inconsciente, que lhe assomarão à vida mental consciente, como temíveis arrastões psíquicos, roubando-lhe energia para realizar o melhor e inclinando-o a fazer o pior, dentro de seu quadro de possibilidades, vetores e tendências psicológicas.
(Texto recebido em 20 de junho de 2004.)
(1) Eugênia, com seu impressionante poder de síntese e didática, escreveu esse texto seminal para a busca da felicidade e da paz, no exercício da sintonia adequada com as múltiplas freqüências mentais que nos circundam, diuturnamente.
Por fim, gostaria de lembrar que a presente mensagem ficará no ar durante dois dias, já que a próxima quinta-feira é feriado de “São João”. Sexta-feira, à 0 h, horário de Brasília, um novo artigo mediúnico estará entrando no ar, neste site.
(Nota do Médium)