Benjamin Teixeira de Aguiar – Querida mestra Eugênia-Aspásia, você teria algum tema, em particular, em torno do qual deseje discorrer hoje?
Espírito Eugênia-Aspásia – Sim. Sobre a oscilação natural de todas as funções mentais humanas.
BTA – Interessante. Recentemente, fui inspirado por você e outros(as) Amigos(as) Espirituais a falar sobre o assunto, em palestras públicas. Imagino que queira fixar ou desenvolver alguns dos pontos propostos…
EEA – Creio que a intenção seja mais simplificar e tornar mais pragmática a abordagem da questão. É muito fácil que alguém perceba seus maus momentos, no campo da racionalidade, por exemplo. Está, digamos, em certo momento, mais emotivo(a) e age de maneira mais impulsiva, impensada, amiúde irresponsável. A memória, a capacidade de concentração, o nível de afetividade, as aptidões intuitivas e paranormais (entre elas, a mediunidade) igualmente padecem quedas e subidas de expressão, no cenário da mente consciente, no transcurso de um dia, de acordo com o grau de cansaço físico ou disposição psicológica, de maior ou menor pressão sofrida no seio da família e do ambiente profissional ou acadêmico, entre outros incontáveis fatores imbricados.
BTA – Sim, acredito que todas as pessoas, dalgum modo, percebam isso, em seu cotidiano.
EEA – Mas, de ordinário, não se dão conta de que, muito embora não possam “controlar” propriamente as situações em que estejam inseridas, devem gerenciar suas casas psíquicas, favorecendo que os melhores contextos (fora de si) e as mais felizes combinações emocionais e cognitivas (portas adentro de suas almas) sejam propiciados. O seu Centro de consciência deve ser o maestro de uma complexa e delicadíssima orquestração espiritual de eventos, escolhas e interações com terceiros, no sentido de promover o bem para si e para o próximo, para todas as criaturas envolvidas em cada decisão tomada, se não no curto prazo, ao menos no médio e longo prazos.
BTA – É mais fácil percebermos as quedas de uma função quando ela é menos desenvolvida, como é o caso da intuição, entre a maioria dos(as) encarnados(as) na atualidade…
EEA – Sim, e mais grave que isso: não se nota, normalmente, quando a lucidez despenca – o juízo de valor, a capacidade de discernimento e, portanto, a qualidade na tomada de decisões. E muitos indivíduos se permitem avançar para a tomada de decisões, a respeito de temas complexos, em circunstâncias melindrosas ou de extrema importância para a definição de rumos em suas existências, quando, definitivamente, não estão em condições de fazê-lo.
Nossa sugestão já foi apresentada, noutras oportunidades, e reiteramos aqui: sem pressa, em prece. E aditaríamos: além de invocar auxílio do Plano Maior de consciência, o(a) discípulo(a) da Luz deve estudar as possíveis cambiantes, nuances e raízes do problema em foco, informar-se mais acerca do assunto, incluindo a consulta a peritos(as), pessoas mais experientes, orientadores(as) espirituais, mas, sobremaneira, ouvir o que a voz de sua própria consciência, em regímen de detida ponderação, alvitra sobre o tópico, para que, então, de modo consequente e maduro, possa apresentar a si e ao mundo um posicionamento consciencioso e justo, quanto possível, não obstante sempre aberto a reavaliações, adaptações e correções de rota.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
em diálogo com Eugênia-Aspásia (Espírito)
23 de setembro de 2019