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Alguns de nossos amigos encarnados, atingindo certo ponto de suas missões reencarnatórias e tendo credenciais bastantes para tanto, podem solicitar retorno antecipado à Dimensão Espiritual.

Noutras circunstâncias, porém, quando sobrecarregados ou injustiçados além do considerável cabível para seus caracteres, são sumariamente trazidos de volta à Pátria da Eternidade, a fim de desfrutarem o justo repouso e compensação por suas realizações no bem de coletividades inteiras, não só desta era, como de gerações futuras.

Entre esses, há ainda uma categoria mais rara, dos que são consultados quanto a desejarem ou não continuar no domínio orgânico de existência. Todavia, mesmo em relação aos que gozam de tais prerrogativas, há uma margem de liberdade que não se pode ultrapassar, de conformidade com códigos de ética e responsabilidade do Plano Maior, cujos preceitos educativos se impõem mormente aos indivíduos e agrupamentos beneficiários desses agentes da evolução.

Dessarte, se, por algum ou vários motivos, depois de um dado tempo longo o suficiente, a descompensação psicológica e espiritual extrapolar certas barreiras cármicas pessoais ou de grupo, uma desencarnação repentina ou precoce, ainda que a contragosto do(a) enviado(a) de nossa Esfera, pode se dar a qualquer tempo, chocando a muitos e trazendo prejuízos evolutivos àqueles mesmos que se faziam maior causa de ônus inaceitável sobre os ombros já vergados do(a) representante do Alto encarnado(a).

É assim que figuras do mundo político, artístico ou religioso podem desaparecer da superfície da Terra, “da noite para o dia”… Observemos os noticiários, no correr dos anos, e facilmente os identificaremos.

Há os que deixaram tarefas em meio, confiando-se a diversa ordem de vícios e desregramentos que indicavam o desespero que lhes ia nalma, desmoronados após anos de luta, amiúde inglória, por realizar o melhor a seu alcance.

Também existem aqueles, entretanto, que honrosamente suportaram contínua sobrecarga e ataques sistemáticos, terminando por não merecerem mais ser contados entre os vivos na matéria densa, não neste século!… e partem na condição de mártires ocultos aos olhos da multidão, sobremaneira quando agiam como catalisadores incansáveis do progresso espiritual planetário.

Isso porque certas obras de escala maior não são confiadas a uma só personalidade, mas a um conjunto de guerreiros do bem que, entrementes, podem debandar, em vergonhosa deserção, ou apenas agir como expectadores passivos dos dramas de que deveriam participar ativa e corajosamente.

Joana d’Arc, uma vez mais, é um exemplo luminífero de uma missão castrada no berço, embora, pela grandeza da titular, concretizada em sua plenitude nas gerações seguintes à sua morte gloriosa. Ela desceu aos proscênios carnais para fazer cessar a Guerra dos Cem Anos. Foi, no entanto, de tal modo traída por patrícios e autoridades políticas por quem lutou, que voltou aos Páramos Celestiais com apenas 19 anos, deixando a famigerada conflagração entre a França e a Inglaterra inconclusa, conquanto historiadores reconheçam que sua campanha tenha sido o ponto de mudança-chave para a vitória francesa – se é que assim se pode dizer – e a consequente expulsão dos ingleses de território franco.

Nem toda missão ou martírio encerraram-se de fato quando deveriam, ou no momento previsto para findarem, conforme os planejamentos realizados antes da reencarnação de seus expoentes máximos.

Deus, em Sua Perfeita Providência e Onisciência, autoriza, obviamente, que tudo isso ocorra, mas sempre concede liberdade aos incontáveis participantes do complexíssimo jogo dos acontecimentos de expressão coletiva, liberdade para decidirem agir ou não agir, nesta ou naquela medida, contrária ou favoravelmente ao Projeto Divino de evolução cultural e espiritual, no curso de determinado século em que lhes foi concedida a oportunidade de conviverem e de ajudarem-se ou desajudarem-se reciprocamente… arcando com as inelutáveis consequências, felizes ou infortunadas, pessoais e na vida de todos os envolvidos, imediatas e no desdobrar dos decênios, séculos, milênios…

Ouçamos a conclamação de nossas consciências! Suspendamos, definitivamente, a loucura destrutiva e autodestrutiva do ego desgovernado nas paixões de posse, poder e prestígio!

É hora, e já vai tarde, de aprendermos, com a história e os vultos de antanho, a fazer escolhas mais apropriadas à nossa e à felicidade de nossos irmãos e irmãs em humanidade.

Cessemos as diabólicas disputas de proeminência e domínio que levam os legítimos líderes de cada área de ação, em sua maior parte, a serem sobrepujados e pisoteados por aventureiros enlouquecidos no autoludíbrio ou na perversão da hipocrisia, que sacrilegamente atravancam os Desígnios Divinos… mas apenas por um tempo… e paradoxalmente sob autorização do(a) Próprio(a) Criador(a), que aproveita todo erro e desvio humanos para o amadurecimento e aprendizado, não raro por vias dolorosas, de indivíduos e comunidades…

Espírito Gustavo Henrique
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar
23 de setembro de 2015