Pensar crítico é signo de lucidez. Sentir crítico, entrementes, constitui índice de atitude suspeitosa e, portanto, baseada numa visão parcial, contaminada de prejulgamentos – em suma: distorcida.
Muitas pessoas se consideram mais inteligentes e maduras por serem desconfiadas. Revelam-se apenas blindadas contra o bem, preferindo a sintonia do mal por pressupô-lo mais real.
A maldade representa uma das faces do binômio que compõe a dimensão hominal de consciência. O bem é a outra, por mais que isso soe maniqueísmo rasteiro. Trata-se de empirismo axiomático.
Enxergar o bem é tão necessário à percepção mais fidedigna e completa da realidade, quanto divisar o mal. Vítimas de uma grande ilusão, os(as) pessimistas e cínicos(as) caem na armadilha falaciosa de se presumirem mais argutos(as), por em tudo notarem o mal.
Não há nada de especialmente perspicaz em detectar o mal, num mundo em que o mal predomina.
A inteligência mais aguda consiste em distinguir, em meio ao oceano de contradições e mesmo perfídias da condição humana, as pérolas ocultas do bem, os animais raros e a vegetação exuberante que, nas profundezas das águas, fazem-se agentes da benevolência.
Neste universo paradoxal de Deus, prenhe de significados e propósitos educativos a serem descobertos e decodificados, as criaturas desfrutam o prêmio-oportunidade de conquistarem, paulatina mas definitivamente, com seu esforço consciente, livre e persistente, patamares mais elevados de pensar complexo e sentir com elevação.
Eis a inexorável, assombrosa e infinita trajetória evolutiva a que todos os seres estão fadados, quer escolham a rota mais curta da decisão por buscarem o bem prioritariamente ou, de reversa maneira, como tragicamente é comum na Terra, prefiram as sinuosas e dolorosíssimas sendas de aprendizado sob os grilhões da primazia do mal.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia e Matheus-Anacleto (Espíritos)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
15 de julho de 2021