Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Percebe, ainda, sua alma limitada, prenhe de incertezas e imprevisibilidades?
Decide-se por não mais incorrer num certo erro e nota-se, de novo, resvalando no antigo mal?
Gostaria de ser completamente isento de tristezas, desânimos e hostilidade e, por mais que enfeixe argumentos contra essas tendências menos nobres em si, continua claudicando, no capítulo do essencial – a manutenção dos estados de felicidade e de paz?
Bem, meu amigo, seja bem vindo à humanidade.
Se você é ambíguo. Se faz promessas a si e as rompe, com freqüência. Se está cheio de conflitos antigos e novos dilemas, que se acumulam, gerando caos, aqui ou ali, ou aqui e ali também… Ótimo! Você é um integrante da espécie que constitui um híbrido em transição entre o animal e o anjo e que vive entre tormentos diabólicos e alegrias divinas.
Claro que deve pugnar por intensificar sua natureza anjo, combatendo e educando os aspectos bestiais que ainda caracterizam sua personalidade. Mas uma das conquistas fundamentais da humanidade é justamente a aceitação de sua natureza dúplice, contraditória e indefinida, como um ser em construção, em processo contínuo de criação de si.
Portanto, elimine, definitivamente, as ilusões de perfeição. Até a excelência deve ser encarada sob perspectiva. Busque a eficiência, a qualidade, a produtividade, a profundidade e a transparência e autenticidade em tudo que fizer. Agindo dessa forma, estará alcançando a excelência possível ao seu nível atual de desenvolvimento e maturidade.
(Texto recebido em 9 de abril de 2003.)