Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Alguém o agrediu severamente, e é ente querido? Sopese o quanto ama a pessoa, e ponha o fio isolante do perdão, entre a fúria da indignação e sua mente, suavizando o momento de tristeza e persistindo no amor.
Aquel’outro o calunia, venal, disseminando o frio da revolta, em torno dos corações que longamente aqueceu? Passe a estopa do perdão, por onde ele derramou o querosene da intriga, antes que ele acenda o pavio da discórdia.
Mais adiante, atearam fogo ao combustível de suas forças, no ataque nefando a sua dignidade? Lance a ducha do perdão, sobre as labaredas da consumição, cônscio de que onde as águas calmas da paz se fazem presentes, o incêndio do ódio não destrói nada, dissipando-se.
Seja qual for a injustiça sofrida, a ingratidão ou indiferença suportadas, seja aquele que carrega consigo o amor imorredouro, que se dá ainda que não receba, que se sacrifica mesmo que pelos indiferentes, que se devota, mesmo quando tido por corrupto. Seja você, amigo, a Luz para quem segue em trevas, e a consolação para os aflitos, ainda quando eles pretendam estender as trevas e a aflição sobre sua própria alma.
Sendo assim, sozinho no horror da incompreensão suportada continuamente, abandonado pelos próprios beneficiários de seu carinho e abnegação, cercado de intrigas nefandas e de rancores gratuitos, estará você com a Presença Maior, aplacando sua dor, cicatrizando-lhe as úlceras do coração, fortalecendo-o para seguir em seu ministério de amor.
(Texto recebido em 5 de setembro de 2002.)