Incluindo um controverso comentário do médium Benjamin de Aguiar a um ponto mais melindroso do texto do Coautor Espiritual, sobre a pouquíssimo conhecida aversão gay contra heterossexuais, extremamente comum na comunidade homossexual, em reação à homofobia.

 

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Benjamin de Aguiar,
pelo
Espírito Roberto Daniel.

Conheci um garoto que, no colégio, era a aberração zombada por ser obeso, não correr como os outros meninos, rejeitar brincadeiras agressivas, nem sequer gostar de esportes.

Em casa, era a vergonha da família, o efeminado, para quem se providenciou a matrícula numa escola de artes marciais, a fim de que “aprendesse a ser homem”, ambiente em que mais ainda foi traumatizado, não bastassem os espancamentos episódicos e outros “problemas domésticos” tipicamente sofridos pelos homossexuais de todos os tempos.

Com fortes inclinações espirituais, socorreu-se da Religião, mas a tão respeitada igreja católica dizia que homossexuais eram abominações diante de Deus – hoje a mui santa madre igreja é mais suave no discurso, embora nem tanto, apesar de “toda sua autoridade” a falar do assunto, mas, na época, o sermão condenatório era reforçado por ilustres professores e diretores de instituições de ensino e até mesmo por terapeutas desatualizados. Quanto ao restante da sociedade, no que tange ao que se que falava sobre a temática, nos idos da virada dos anos 1970 para a década de 1980, em pleno Nordeste brasileiro, nem se precisa comentar.

Para os gays daquela geração e os das anteriores, havia algumas consequências reativas a tanta pressão, agressão e mutilação psicomoral: alguns ficavam promíscuos, outros resolviam fazer pactos sociais de matrimônios de fachada (para manterem vida dupla); outros tantos, sem qualquer vocação para o sacerdócio, lançavam mão da batina ou do hábito religioso, genericamente falando, e se diziam celibatários, com os resultados nefastos que a mídia não cansa de proclamar, há um bom tempo… E, ainda nos dias que correm, não raros lutam para se ocultar – o que entendemos como fora de época, de sentido, de lógica, de bom senso e, principalmente, de coerência e autoestima, se não de decência e honestidade. Sim, a sociedade foi “podre” em oprimir e violentar, sistematicamente, no seio de si própria, uma classe inteira de 10% aproximados de seus integrantes. Raros lograram se tornar beneméritos da Ciência, das Artes, da Religião ou das Academias de um modo geral, como compensação construtiva à força titânica de destrutividade lançada em sua direção. Mas este fato medonho, em vez de constituir motivo para que se mantenham hoje espantadiços, acovardados, qual se fossem culpados de alguma coisa e precisassem perpetuar a vergonha mentirosa que lhes foi imposta, deveria, sim, impeli-los, com mais vigor, a vir a público, em massa, para causar o verdadeiro impacto que a hipocrisia merece sofrer, para ser elidida…

Como os ventos da História não param, entretanto, e uma classe corajosa de gays e heterossexuais dignos auxilia a acelerá-los, os hipócritas vão sendo revelados… pela própria homofobia: a maior parte dos homofóbicos, conforme embaraçosos experimentos laboratoriais o revelam, é portadora de tendências homossexuais ou mesmo apresenta natureza francamente homossexual. Outros ainda, padecendo transtornos sociais graves, são os mesmos que também perseguem outras minorias, além de, estatisticamente, se caracterizarem como mais jovens, inseguros, indefinidos (também sexualmente, é claro) e frustrados afetiva e profissionalmente. A falta de maturidade, de sentimentos, de autoconhecimento e até de caráter, nessas personalidades que atacam grupos minoritários já tão sofridos, é óbvia demais para ser detalhada.

Meu amigo perdeu uma amiga, em 1993, quando lhe apareci e com ele dialoguei, pela primeira vez. Era considerado um desassisado, porquanto, desde a adolescência (no decênio anterior), declarava sua sexualidade para todos os íntimos. Ainda hoje, quando o assunto já é relativamente respeitado nos meios cultos e até mesmo na mídia, permanece malvisto, mesmo entre pares homossexuais, apenas porque abertamente manifesta sua identidade psicossexual – tão importante item de honestidade e transparência, na vida social. Realiza, quais os mais espiritualmente amadurecidos de seu grupo, a reversão do mal que recebeu, desde a infância, em bombardeios sistemáticos durante anos, até a presente data… gerando, em lugar disso, já de sua juventude tenra aos dias da atualidade, um bem em cascatas à comunidade mesma que o perseguiu desde o berço, distendendo este bem muito além das medidas estreitas em que o pretenderam quase todos aprisionar, sufocar e matar, tanto no que concerne a sua originalidade quanto mesmo a sua vida física, com as naturais crises de pensamento suicida que tão frequentemente homossexuais sofrem, em graus variados.

Haverá sempre redutos gays, homofobia e desequilíbrios de todas as ordens (que não cabem aqui ser minudenciados), enquanto a massa de 20 milhões de homossexuais, no Brasil, e 700 milhões, no orbe, mantiver-se em silêncio. Se contarmos, então, os bissexuais, poderíamos nos assustar, com uma soma que se aproximaria da metade dos contingentes demográficos humanos da Terra.

Um preconceito tão tolo e deveras significativo, por isso mesmo. O caráter das pessoas está nos seus sentimentos, nos seus valores, nas suas ideias, em suas realizações pelo bem comum (isso é uma gritante evidência e ponto pacífico para qualquer pessoa que veja mais de um côvado além do próprio nariz), e não nas preferências à mesa ou à cama, embora ambas precisem ser declaradas, para que não matemos um alérgico a mariscos, por exemplo, no jantar em sua homenagem, nem tiranizemos entes amadas, depreciando-os e, n’outras palavras, proclamando seu não direito de existir como são, por complexos condicionamentos genéticos, psicossociais e reencarnatórios, e não por escolha pessoal, tal qual, numa analogia grosseira e de valor duvidoso (*1), ocorre aos referidos alérgicos a determinados alimentos.

Um preconceito que se tornou emblemático, como já dito alhures, em nossa Casa-Escola-Templo, porque, se os homossexuais não tiverem direito à cidadania plena, todos os outros segmentos sociais igualmente terão ameaçados os seus direitos, sofrendo, para logo, prejuízos diretos, visto que viveremos num mundo que odeia a diferença e quer dilapidar os diferentes, seja por eles serem negros, brancos, pobres, ricos, obesos, magros, velhos, jovens, feios, belos, estúpidos, cultos, estrangeiros, nordestinos, paulistas, evangélicos, espíritas, médiuns ou até mesmo doentes mentais ou morais, que precisam, estes dois últimos, de tratamento e, se necessário, alijamento do convívio em sociedade, mas considerando-se todos os princípios humanitários de respeito ao semelhante e sua dignidade própria, para que jamais seja vilipendiado o espaço físico, social e mental que pertence a terceiros.

(Texto recebido em 4 de outubro de 2011.)

(*) Nota-comentário do Médium:

Asco e Repulsa a Heterossexuais, Muito Comum entre Gays.

O Coautor Espiritual afirma que a analogia não só é “grosseira”, como tem “valor duvidoso”, pelo fato de, em termos, forçar um cotejo da homossexualidade com uma enfermidade, quando poderia fazer referência apenas a diferenças de paladar, de gosto à mesa. A intenção do Autor, porém, fino no sarcasmo e na sátira, foi dizer que gays têm “alergia” a heterossexuais, para que esta pseudomaioria (até hoje não se sabe qual o percentual certo de heterossexuais nas populações humanas, havendo mesmo uma inclinação, por parte dos especialistas, a presumir-se que os bissexuais sejam maioria, não importando que haja inúmeros graus de combinação de hétero e homossexualidade entre eles) saiba que expressiva parcela dos homossexuais dos dias atuais tem uma mal-disfarçada aversão e desprezo por pessoas que sentem atração pelo sexo oposto. Ou seja: a repulsa e o asco que os homofóbicos sentem por gays gerou, no correr do tempo, a mesma reação entre muitos homossexuais. Até mesmo aquela impressão íntima de “nojo”, típica de homofóbicos, ao verem-se cenas pornográficas ou apenas eróticas de natureza gay, há também entre homossexuais, no sentido inverso, e, às vezes, com muita força, embora bem mais ocultada (a prova disso é a existência dos guetos, que não só constituem redutos de proteção, mas de isolamento e contra-ataque às ofensas sociais à comunidade gay – um impulso humano de defesa perfeitamente esperável e natural). E podemos concluir: ninguém ganha com a discriminação, mesmo a de ordem defensiva a que aludimos… – posso falar como um homossexual que tem a maior parte dos amigos hétero e não homossexuais, pelo simples fato de haver mais heterossexuais que gays, entre os seres humanos, e, mormente, por eu não definir minhas amizades por questões de orientação sexual e sim por afinidades de valores, ideias e ideais.

Ouvi de alguns gays, inclusos nesse grupo mais radical, frases do gênero: “alguns criam; outros procriam…” E haveremos de convir que é bastante significativo o percentual de gays entre os grandes gênios da humanidade – curiosamente, entre os gênios mais destacados, ou gênios entre gênios, por assim dizer, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Francis Bacon, William Shakespeare, Alexandre o Grande, Napoleão Bonaparte, Tchaikovsky, Santos Dumont, e um etc. “infinito” se segue (risos)… apenas considerando os gays notórios em meio aos nomes mais célebres: imaginemos aqueles tantos outros em quem não se podem evidenciar sinais de homossexualidade… Essa presença maciça de gays entre os gênios ilustres, em todas as áreas do conhecimento e da ação humanos, incluindo ciências, filosofia, política e… até (risos) as artes (isto é: onde há mais nobreza de inteligência e sensibilidade), em comparação com o percentual demográfico geral, leva muitos homossexuais a entenderem, com bom respaldo para esta convicção, que a inteligência é mais acentuada em gays do que em héteros.

O fato é que, no mínimo, por melhor integrarem aspectos mentais dos dois sexos e até utilizarem em conjunção mais fácil os dois hemisférios cerebrais (homens gays têm o corpo caloso mais espesso que homens heterossexuais, por exemplo), submetidos a situações inclementes desde a infância, os homossexuais acabam, pelos desafios e agruras tremendos a que têm que sobreviver, por toda a existência (muito mais no passado), sendo levados a amadurecer precocemente, tornando-se psicologicamente mais complexos e elaborados do que os que possuem maior potencial a se tornarem meros reprodutores da espécie.

Benjamin de Aguiar.
Aracaju, madrugada de 5 de outubro de 2011.


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