Não se pode acreditar por acreditar, e sim, fazendo uso do critério racional-científico, ouvir-se, quanto possível, a Ciência, através de seus maiores ases, a fim de alicerçar, com segurança, as convicções de espiritualidade que se tenha. É o que hoje está-se aqui explicitando.

O Dr. Helmer Figueiredo, Ph.D em Neurociências pela Faculdade de Medicina da “University of Kentucky”, cientista do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da “University of Cincinnati”, ambas dos Estados Unidos da América, e membro da “Society for Neuroscience”, a mais prestigiada comunidade de pesquisadores de neurociências do mundo, em analisando o diálogo psíquico que travei no início deste mês com o espírito Demétrius, médico psiquiatra desencarnado, diz a esse respeito o que se segue abaixo.

Pelo valor ímpar de seu parecer científico, representante, como é, das altas cúpulas do saber mundial em Neurologia, Psiquiatria e Ciências afins, pedi-lhe autorização para publicar seu e-mail mui gentilmente à minha pessoa enviado, a fim de que seu testemunho quanto à precisão da fala da Espiritualidade Superior, de uma perspectiva de atualidade científica, ficasse publicamente exarado.

Assim, apesar da enormidade de deficiências do filtro mediúnico, os grandes gênios do Mundo Invisível dão mais um atestado de sua existência e de como a tese sobrevivencialista-imortalista não constitui uma fantasia escapista, mas se revela a expressão de uma realidade indiscutível.

Ao Dr. Helmer Figueiredo, benemérito contribuinte para o saber da humanidade, no campo de neurociências, nosso muito obrigado (obrigado de todos que fazemos o projeto Salto Quântico e que trabalhamos pela canalização das Grandes Autoridades Espirituais do planeta) pela boa-vontade em contribuir para a consolidação do movimento mundial de expansão dos princípios espirituais de vida eterna, que por fim salvarão a humanidade terrícola da goela sangüissedenta do materialismo aviltante.

Ao prezado leitor, faço votos de uma deliciosa incursão no universo das conjecturas e afirmações de cunho científico, solo seguro onde devemos respaldar nossos postulados de fé.

Muita paz e felicidade,

O amigo

Benjamin Teixeira.
Aracaju, madrugada de 24 de janeiro de 2003.
“Querido Benjamin,

Li, com muito entusiasmo e cuidadosa atenção, a mensagem: “Dialogo sobre pequenas lesões provocadas involuntariamente no cérebro” (02/01/2003) publicada no “Salto Quântico On Line”. O tema abordado nessa mensagem é particularmente importante para mim, uma vez que o tópico de morte neuronal foi tema de minha tese de Ph.D. na Escola de Medicina da “University of Kentucky”, e o tópico sobre os efeitos do estresse no cérebro abrange o meu trabalho atual como cientista no Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da “University of Cincinnati”. É interessante perceber que essa mensagem aborda, no meu ponto de vista, três idéias largamente inovadoras na área de Neurociências. Como membro da “Society for Neuroscience” aqui nos EUA (a maior comunidade científica internacional em Neurociências, Neurologia, Psiquiatria) e freqüentador de vários congressos científicos em Neurociência, por diversos anos, tive a oportunidade de observar grandes transformações em termos de idéias em Neurociências, na última década (declarada pelo presidente George Bush Jr. como “a década do cérebro”). Não posso esconder o fato de que fiquei impressionado com a concordância entre essa mensagem do Salto Quântico e os desenvolvimentos científicos recentes. Mais importante, achei essa mensagem de grande conteúdo educacional. Apesar de que a mensagem de Demetrius ser relativamente pequena e aparentemente estar voltada para aplicações práticas, uma análise mais profunda revela três temas de grande importância (neuro)científica atual. Como sugerido pela Dra. Ana Cristina Sá, resolvi mandar o meu comentário para você (veja abaixo). Devo mencionar, no entanto, que me esforcei bastante para manter objetivo rigor científico, em frente a tão grande sabedoria.

Um abraço do amigo

Helmer.

****************************************************************************************
Segue:

Apesar da mensagem “Diálogo sobre pequenas lesões provocadas involuntariamente no cérebro” ser relativamente pequena e aparentemente de aplicações práticas, extraem-se dela três temas de atual importância científica, prática e educacional:

1. O sistema nervoso é altamente plástico. Até muito recentemente, a maior parte da comunidade científica acreditava que o sistema nervoso fosse um sistema rígido (i.e., uma vez que a lesão neuronal ocorresse, esse processo seria irreversível), e uma vez que as conexões nervosas (sinapses) se estabelecessem durante o desenvolvimento, nada mais ocorreria no adulto. Essa idéia se encontra nos livros de neuroanatomia/neurologia da época (de meados da década de 90 para trás), como também era o credo ensinado nas escolas médicas. Hoje, com ampla base em pesquisas provindas de vários laboratórios pioneiros, sabemos que nascimento de novas células ocorre no sistema nervoso de adultos, bem como acontece reorganização nervosa. Por exemplo, estudos feitos em macacos com membros (braço, mão, dedo) amputados, estudos eletro-fisiológicos têm demonstrado que uma reorganização de circuitos neuronais ocorre no córtex somato-sensório e motor, com intuito de compensar-se a função perdida. Da mesma forma, lesões neurológicas, dependendo da extensão das mesmas e da idade do indivíduo, podem reverter-se “espontaneamente”. Isso ocorre em certos casos de derrame cerebral (especialmente o isquêmico), como também em certos casos de traumatismo craniano. Esse fato é refletido por Demetrius, quando ele fala: “Sim. O cérebro é uma máquina fabulosa. A plasticidade neuronal vai além do que se pensa vulgarmente”.

2. Morte celular/neuronal é acontecimento rotineiro”. A morte celular é largamente classificada em dois tipos: necrose e apoptosis. Necrose ocorre por insultos externos (agentes tóxicos, infecção, lesão cerebral) e é acompanhada por processo inflamatório. Apoptosis, por outro lado, é altamente regulada por genes (e.g., os das família das caspases e da bcl-2), onde a célula ativa programas genéticos específicos, resultando em fragmentação nuclear, “murchamento” com colapso celular e re-absorção. Esse tipo de morte ocorre normalmente durante o desenvolvimento e é referida como “suicídio” celular. Mais da metade das células neuronais morrem durante a embriogênese, através desse processo. Por exemplo, durante o desenvolvimento do nervo trigêmeo, aproximadamente mais de 20 mil neurônios (e isso só em um nervo!) entram em apoptose, os quais podem ser “salvos” pelo fator de crescimento nervoso (NGF: “Nerve Growth Factor”), provavelmente através da ação dos genes TrkA, p75, e BRCA-2. Esses dados são claramente demonstrados na minha tese de Ph.D. e publicado por mim em “Mechanisms of Development 109 (2001) 205-214”. Apesar de ter sido descoberto há mais de 50 anos atrás, a morte neuronal por apoptose foi largamente ignorada pela comunidade médica-científica até recentemente. Conseqüentemente, toda lesão de tecido (inclusive o nervoso) era assumido como sendo necrótica. Hoje sabemos que necrose e apoptose acontecem lado-a-lado em lesões neurológicas e novas drogas estão sendo estudadas, com a finalidade de bloquear o programa apoptótico e resgatar neurônios acometidos por esse tipo de morte. Mais importante: existem dados indicando morte neuronal aparentemente espontânea em certas áreas do sistema nervoso, como, por exemplo, no hipocampo (uma das áreas responsáveis pela memória operante). Na mensagem de Demetrius é notada: “Observe-se que a perda de neurônios é acontecimento rotineiro, às dezenas de milhares, (…).”

3. Influências ambientais e psicológicas (e.g., o estresse e aprendizagem) são capazes de regular vários processos neuronais e, conseqüentemente, mentais (como por exemplo a memória). Esse fato foi finalmente reconhecido pela “Royal Society”, na entrega do Prêmio Nobel de 2000 a Eric Kandel, por seus estudos sobre o envolvimento de neurotransmissores em memória e aprendizagem. Hoje se sabe que ambos (aprendizagem e estresse) certamente alteram os níveis de diversos neurotransmissores (incluindo a dopamina no córtex médio-pré-frontal, serotonina, GABA, e acetilcolina), conseqüentemente alterando funções mentais como memória, atenção e afeto. Especula-se também que o estresse causa morte neuronal em adultos. Por exemplo, Dr. Robert Sapolsky (Stanford University) em um artigo recente (Bipolar Disorders 4 (2002) 117-128), revisa uma série de dados laboratoriais, considerando a relação entre perda de volume (-20%) no hipocampo de paciente com certos tipos de depressão, com os efeitos adversos de hormônios liberados durante estresse (e.g., corticosterona) e morte celular no cérebro. Embora não haja duvida de que o hormônio corticosterona causa morte celular “in vitro”, a questão de que estresse acarrete em morte neuronal “in vivo” é controvertida. No entanto, é comprovado que o estresse altera a plasticidade de sinapses em regiões cerebrais como o hipocampo e a amídala (daí estresse resultar em distúrbios de memória e ansiedade), e causa morte de células do sistema imunológico. Atualmente, meus trabalhos de pesquisa estão focalizados no mapeamento de áreas cerebrais envolvidas no estresse (utilizando técnicas de genética molecular), e como alterações bioquímicas nessas áreas acarretam doenças psíquicas, como ansiedade crônica e depressão. Devido à depressão ser duas vezes mais comum em mulheres que em homens, parte dos meus estudos se concentram no sexo feminino. Meu trabalho atual, focalizando sobre o efeito de hormônios gonadais femininos (estrogênio e progesterona) em ativação cortical e hipocampal, durante o estresse, foi publicado em “Endocrinology 143 (2002) 2534-2540”. Em conclusão, Demetrius fala de forma mais simples o que a ciência está paulatinamente comprovando: “Quem obedece a esse chamado, pode, muito tranqüilamente, reverter os efeitos danosos que começa a sentir em sua funcionalidade psíquica, que são naturalmente compensados pelas novas conexões sinápticas engendradas, e pela reorganização da bioquímica cerebral, tóxica quando em períodos de estresse. Quem, porém, insiste em ignorar os avisos, pode, então, de fato, fixar perdas irreversíveis na maquinária sutil do pensamento.”

Com essa minha análise sobre a mensagem de Demetrius, podemos ver que a Verdade é sempre Verdade, independentemente se expressa em linguagem científica ou em linguagem espiritual.

Qualquer comentário, contacte-me no endereco:

Dr. Helmer F. Figueiredo, Ph.D.
Department of Psychiatry
University of Cincinnati College of Medicine
231 Sabin Way – Medical Science Building
Cincinnati, Ohio 45267

ou pelo e-mail:

helmer.figueiredo@psychiatry.uc.edu”

(*) Para ler ou reler o diálogo mediúnico entabulado com o Dr. Demétrius que é aqui analisado, clique no canto superior esquerdo de sua tela em “mensagens anteriores” e selecione a mensagem do dia 2 de janeiro.