Benjamin Teixeira
pelo espírito Eustáquio.


Existem pólos negativos de força na existência humana, que se contrapõem aos de expressão positiva, com isto propiciando o fluxo da energia da criação, da produtividade, da vitalidade. Estes pólos, inclusive, são tão necessários quanto os seus irmãos positivos, já que não pode haver a corrente de energia, sem a função de ambos. Mas o negativo pode ser esforço, disciplina, empenho de serviço e crescimento, luta pela paz, e mesmo de sacrifício pelo ideal ou por entes queridos, em vez de ser constituído de quedas psicológicas ou falências morais, que podem até romper a corrente de força, em vez de potencializá-la.

Viste-te, mais uma vez, em surto de raiva, ou de ciúme, ou de qualquer outra paixão menos digna, conforme suas fraquezas peculiares. Curiosamente, notaste-te com uma poderosa argamassa de argumentos, racionalizando-te a conduta menos aprovável, ao reverso de reconheceres-te de pronto o erro, para emendar-te quanto antes.

Combate, amigo, em ti mesmo, a tendência a te renderes a excessos de auto-indulgência. Sê flexível e moderno, mas não permissivo ou moralmente dobrável.

O ser humano tem natural inclinação a se perdoar, quando tomado de paixões. Luta contra esta propensão nefasta, pois fácil notar o mal nos outros; difícil é enxergar em si próprio.

E, assim, em vez de te confiares a desatinos de culpa e de auto-flagelação psicológica, toma agora resoluções seguras de refazimento de caminhos e de restauração de ideais, cônscio de que, em pouco tempo, terás recomposto o teu estado de espírito de bom ânimo e de paz.

Sê pudico e escrupuloso. Não creias que modernidade tenha algo a ver com licenciosidade. Acredita sempre em ética, respeito, sinceridade, lealdade, ideal e fraternidade, mesmo que o mundo grite seres tolo ou ignorante.

Planta, agora, sementes de serviço e de amor ao próximo, que tais brotos germinarão, em tempo próprio, favorecendo-te ressarcimento de todo eventual deslize em que haja incorrido, além de te favorecer o surgimento de um novo estado de consciência e de felicidade.

(Texto recebido em 23 de julho de 2005.)