Não há oração que resolva a situação espiritual de uma pessoa, se ela falhar na vigilância.
Não foi aleatória a ordem que o Cristo-Verbo conferiu ao binômio “vigiai e orai”, que se desdobra na finalidade: “para não cairdes em tentação”¹.
Segundo as anotações do evangelista Marcos, Jesus ainda aditou, antes do “vigiai”, outro ordenamento lógico, psicológico e concomitantemente espiritual: “olhai”². Indubitável: sem percepção acurada, ninguém terá entendimento apropriado de coisa alguma.
A sintonia com a Faixa Mental da Benevolência e da Supraordenação implica, necessariamente, a autocrítica e a ponderação, antes e durante o processo de falar ou agir, incluindo o modo de fazê-lo, como também envolve, em contrapartida, a autoavaliação e o discernimento quanto ao instante e à maneira de evitar falar ou agir.
Imprescindível, outrossim, que o crivo para a autofiscalização sistemática seja o da voz da própria consciência, do ideal, do dever retamente cumprido. Não sendo assim, em vez de refletir a lealdade da criatura aos princípios morais esposados no sacrário de seu coração, o autopoliciamento degenera no padrão inverso: o do cálculo de ganho pessoal, material e imediato, que inexoravelmente conduz o(a) incauto(a) a quedas em atitudes moralmente condenáveis, de trágicas consequências, imprevisíveis tanto em gravidade quanto em extensão no tempo.
Somente em regímen perseverante de obediência a essa filosofia de gerenciamento da própria existência, o indivíduo poderá estar em paz e, eventualmente, ser feliz, de forma duradoura e profunda, dentro das condições relativas da experiência humana, na matéria densa ou em suas circunvizinhanças.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
7 de junho de 2023
1. Mateus 26:41.
2. Marcos 13:33.