Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Recebe, com alegria, teu quinhão de misérias, ou a miséria se te fará absoluta, nos quadros de tua existência, a começar por teu estado de espírito, que atrairá uma cascata de infortúnios.
Este discurso que, em princípio, te pode parecer anacrônico, qual uma apologética à dor, corresponde, em verdade, à mais lídima (sem as máscaras do política, psicológica e culturalmente correto) expressão da filosofia existencial dos bem-sucedidos. Quem triunfa – os indivíduos com personalidade vitoriosa, que podem fracassar inúmeras vezes, mas tornam a ascender, em todos os sentidos – sabe como viver, e tem treinada a aptidão de suportar desconfortos e disciplinas que se façam imprescindíveis à concretização de seus projetos de vida.
Destarte, prezado companheiro, se queres ser feliz, não fujas do sofrimento: dirige-o! É este o mais axial dos paradoxos a definir a sutil, mas substancial e estrategicamente importante diferença entre o “sofredor” e o vencedor. Porque, ironicamente, quem não aprende a tolerar o incômodo da disciplina padecerá a implacável reversão da negligência, sobre o próprio destino, em forma de circunstâncias inapeláveis de dor… e dor improdutiva.
(Texto recebido em 15 de maio de 2007, no culto do Evangelho diário realizado em casa do Médium. Revisão de Delano Mothé.)