Asseverou o Cristo da Verdade: “Se não vos assemelhardes a crianças, de modo algum adentrareis o Reino dos Céus”¹.
Decerto que Jesus jamais proporia ingenuidade, ignorância, dependência, entrega absoluta ou obediência cega – características normalmente associadas à figura infantil. A assertiva diz respeito ao desapego a antigos vícios emocionais, conceituais, comportamentais, como também alude, sobremaneira, ao espírito de abertura ao novo, à motivação para acreditar, imaginar, sonhar, aventurar-se, concretizar a Vontade de Deus assinalada pelos reclamos da própria consciência.
Adotando, livre e amplamente, a abordagem de psicologia profunda, originária do trabalho do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que, no tocante à temática, bem traduz o pensamento do Cristo-Verbo para a linguagem lógica moderna, poderíamos afirmar: quem não acolhe, cura e segue sua “criança interior” não chega ao “Self”, ou seja, não perfaz o processo de individuação ou de autorrealização integral.
Nessa perspectiva, o arquétipo da totalidade ou “Self” englobaria o “Anjo Interior”, que reside no âmago de cada espírito e amiúde jaz dormente, tolhido em seu despertar, porque preterido por interesses egoicos, paixões mundanas e instintos primários relacionados à subpersonalidade animal mais vinculada ao corpo de matéria densa.
Ouça a voz de seu coração – o clichê salvador – e então perceberá o Céu transbordando sobre você, pervagando sua alma por inteiro, plenificando-lhe o ser, de tal sorte que você se descobrirá transportado(a) aos Páramos Celestiais, sem precisar ascender às Alturas, ou tão só notará que já estava Lá e apenas não se dava conta disso… por simples ludíbrio do “ego-adulto interior”, que lhe empanava os olhos da pureza axial, apanágio indissociável de toda criatura humana.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
13 de março de 2011
1. Mateus 18:3.