Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
A toca do coelho de Alice – da famigerada história “Alice no País das Maravilhas” – constitui brilhante metáfora dos “wormholes” (“buracos de minhoca”), com que a Física de subpartículas atômicas contempla possibilidades, antes insuspeitadas (quando estávamos submetidos às cosmogonia e cosmovisão da Física clássica, newtoniano-cartesiana), de “furos espaço-temporais”, “pontes interdimensionais”, entre outras maravilhas excepcionais e revolucionárias que as descobertas da Ciência do infinitamente pequeno têm apresentado à espécie humana.
Numa perspectiva mais objetiva, direta e pragmática, entrementes, cabe considerarmos os avanços dos costumes, conceitos de conduta e rupturas paradigmáticas de valores, que levaram a uma revolução profunda e multifacetada no comportamento humano, nos últimos decênios. Antes, aprisionadas a modelos estanques de papéis a serem desempenhados e destinos a serem cumpridos, no sentido profissional, social, religioso, sexual, etc., as criaturas humanas gozam, na atualidade, de uma liberdade de todo sem precedentes na história. Pode-se mudar de profissão, de formação acadêmica, de residência, de nacionalidade, de família, de religião, de partido político, de classe social, e até mesmo de sexo!
Na iminência de adentrarmos o último ano da primeira década do século XXI, vale, dessarte – parafraseando autores contemporâneos –, lançar a indagação filosófica capital, com significativas implicações práticas: quanto, em considerando as infinitas possibilidades, em infinitas gradações de probabilidades, do campo de eventos que a Física Quântica revela subjazer a tudo… quanto você deseja ir fundo no impulso e ato de mudar, transformar-se, realizar, revolucionar? A que medida vai a sua coragem para romper com o passado e reconstruir seu destino, ser artífice de seu próprio futuro e felicidade, bem como o de seus entes queridos e de todos os semelhantes que lograr alcançar, com seu raio de influência pessoal?
(Texto recebido em 19 de dezembro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)