Comunique-se. Mas avalie o que em você toma a frente, no processo de extravasão de ideias e sentimentos.
Você já notou que há “vozes” introjetadas em si? Pseudofragmentos do seu “eu” que não passam de enxertias perniciosas levadas a cabo em seu psiquismo, ainda que, muita vez, com boas intenções? A educação familiar, a instrução formal, os padrões culturais de lugar, profissão e classe social, religião, partido político, inoculam no indivíduo fontes-geratrizes de nódulos-módulos opiniáticos, preconcebidos, cristalizados… castrantes, autocastradores!
Há muito de positivo e civilizatório nesses agentes poderosos de influência; portanto, nem tudo deve ser descartado ou menosprezado por provir de fatores externos. Todavia, o vício de não questionar pressupostos de verdade, a letargia do resistir a pensar por conta própria, além do nível raso da superfície da cotidianidade, longe das profundas águas do inconsciente, como das elevadas lucubrações do Espírito, essa preguiça do discernir, ativa e conscientemente, constitui uma falha não só nos meandros do perceber e inteligir, mas, também, do caráter de quem abdica de fazer juízos de valor e intuir propósitos nos eventos da vida, funções que perfazem a suma essência da Espiritualidade genuína.
Conheça-se a fundo. Faça terapia. Questione-se. Seja um crítico pertinaz de si mesmo(a), inclusive no sentido paradoxal de não se culpar, fazer autoflagelação psicológica ou inferiorizar-se, quanto no contraponto de derrotar a soberba, a arrogância e outras artimanhas defensivas do ego, elucidando-lhe as motivações profundas.
E, depois de bem mapear o território da própria psique, num plano de razoabilidade mínima, escolha o ideal, o nobre, o justo, o correto, posicionando-se de acordo, primeiramente dentro de si, no que concerne a atitude, ângulo de observação, filtros perceptivos; e, posterior e consequentemente, por fora, no campo das decisões e desafios complexos (ainda que não vistos assim) com que todas as criaturas se deparam, vida afora.
Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Temístocles.
Texto recebido em 27.12.2012.