(Como agir perante a atitude incompreensível, em primeiro exame, de algum amigo ou conhecido.)
Benjamin Teixeira de Aguiar,
pelo Espírito Gustavo Henrique.
Momentos de grande tristeza e de grande alegria são reveladores, deixando às claras subliminaridades psicológicas dificilmente perceptíveis em circunstâncias normais. Há a famigerada atitude dos exploradores que se aproximam dos triunfadores (para usufruírem das sobras da vitória), mas existe também um psicotipo mórbido, muito pouco notado e comentado (até mesmo pelos que nele se enquadram, que só perceberiam suas motivações profundas se observassem o próprio comportamento), característico de pessoas que se comprazem na presença de fracassados e infelizes (ou dos que consideram derrotados e infortunados), para com isso se sentirem melhor, menos diminuídas, ante a problemática constituição de sua autoestima.
Seu amigo cometeu uma grande gafe e não se deu conta. Você resolveu ser sincero e transparente, dizendo-lho – com muito traquejo, para lhe não ferir o ego. Após isso, em resposta ao seu gesto de consideração (quando, da parte dele, demonstrava crassa desconsideração), em vez de lhe pedir desculpas ou mesmo se portar com naturalidade, tentando compensar-se pela falta cometida, com alguma gentileza, ele silenciou ainda mais.
Culpa por não ter agido certo com você? Orgulho por não julgá-lo no direito de chamá-lo à ordem? Imaturidade, no silêncio da criança amuada, que se recusa a falar como o adulto convidado ao diálogo? Ingratidão pelo tanto que fez por ele? Inveja pelo momento feliz que você vive? Complexo de inferioridade, por se sentir pequeno ante sua pessoa? Ciúme pela atenção maior que você dá a outros indivíduos? Pode ser algo disso ou um conjunto de tudo isso. Só que, prezado amigo, agora, tais especulações (embora com razoável fundamento) não fazem a menor diferença. Um elemento é certo, e nisto é que precisa focar sua atitude: ele não está se comportando como amigo, e você deve, tão somente, respeitar-lhe a escolha, deixando que se mantenha distante.
Consciente ou inconscientemente, ele pode estar pretendendo puni-lo, por você não estar agindo segundo expectativas dele, assim fazendo da ofensa e do desprezo uma forma de pressioná-lo a mudar, conforme o capricho de sua alma embotada e manipuladora. E lhe pergunto, estimado irmão em ideal: quem perde com isso?
Se você sabe ser, na vida de seus companheiros de destino, um amigo especial, generoso e atencioso, estimulando o moral e propiciando oportunidades de crescimento como poucos, e o tal colega age como se estivesse disposto a joguinhos sadomasoquistas, no padrão infantil da rejeição, abdicando do universo maduro do diálogo aberto… quem perde com tudo isso?
Se ele teve intenção de reduzir sua alegria, e você, frustrando-lhe o propósito, apenas se decepcionou com o dito camarada, vendo-o como uma personalidade mesquinha, em quem pode confiar muito menos do que supunha… quem perdeu com isso?
Se, para completar, a criatura infeliz lhe faz o enorme favor de lembrá-lo de que não merece a atenção que você lhe tem ofertado, levando-o ainda a perceber que, à sua volta, outras muitas pessoas há que o amam e tudo fazem por ter um pouco de sua afeição… quem sai perdendo com isso?
Logo, siga o padrão que vem desenvolvendo: ignore a estultícia do companheiro e viva sua felicidade. Deixe-o acercar-se de aduladores que aceitam tratamento humilhante ou de parentes amorosos (e sacrificados) que lhe engolem a ingratidão, por falta de alternativa. Não faz ideia, o pobre coitado, das nuvens de carma que amontoa sobre si, com tal conduta sistemática. E, se o colega imagina que você está sofrendo por causa dele, enquanto, em verdade, você se encontra muito bem, dividindo sua felicidade com outros, convencendo-se de não mais poder compartilhar com ele sua ventura, indagar-lhe-ia, uma vez mais: quem… amigo… está perdendo com isso?…
Conduta cristã, esta postura assertiva? Jesus, no alto da cruz, orou pelos crucificadores, apiedando-Se de sua loucura, mas não dirigiu palavra a qualquer um deles. Creio que esta lembrança seja bastante para lhe dirimir a respeitável dúvida moral.
Compadeça-se, querido irmão: o seu antigo companheiro não está bem. Todavia, de modo algum se sinta autorizado, por este motivo, a forçar aproximação: é direito dele escolher o caminho da infelicidade. Nem Deus rouba de Suas criaturas a liberdade desta opção. Não poderia você, portanto, transgredir tal princípio.
(Texto recebido em 13 de março de 2007.)
(*) A data de recepção desta psicografia é mesmo a que está acima exposta. O material permaneceu engavetado por quase cinco anos (que seriam completados dentro de dois meses). Razões íntimas me fizeram arquivá-lo, até momento mais propício à publicação, que hoje ocorre.
(Nota do Médium)
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