Benjamin Teixeira
e o espírito Eugênia.
(Benjamin) – Desfilando com sua gloriosa vestimenta grega, com a impecável elegância e sobriedade de sempre, Eugênia apareceu-me, caminhando, com tal graça e leveza, embora sem perder a imponência de grande mestra, que se poderia dizer que talvez deslizasse no chão, em vez de andar. Trafegava entre pilastras do enorme corredor-varanda, fora do templo-escola-lar onde ela costuma me surgir à psicovidência, do Plano Sublime onde reside, bem acima das freqüências mentais em que poderemos, pobres mortais, estagiar, após o decesso carnal. Com uma echarpe vermelha lindamente enlaçada aos braços e passando-lhe pela lombar graciosamente, fitou a paisagem feérica de grande jardim atapetado de flores de variadas cores, no centro do qual havia um chafariz e um desenho caprichoso com as próprias cores das flores, que lembraria uma espécie de labirinto, visto de cima. Voz suave e firme concomitantemente, sorriso sereno e cheio, disse-me a fabulosa “diva grega”, com maneiras suaves e seguras:
(Eugênia) – Assim se afiguram os problemas, por mais complexos, do nível humano de percepção, quando vistos de cima, de um parâmetro mais alto de consciência: coloridos e perfumosos, em seus efeitos de aprendizado; além de constituírem elegante combinação de formas e cores, a delinear tapeçaria magnífica da evolução de indivíduos e coletividades.
(Benjamin) – Sorriu mais longamente, como a me dar tempo para digitar e refletir sobre o que me dizia, e tornou:
(Eugênia) – É muito comum, quando estagiamos na condição hominal, darmo-nos por rendidos, ante desafios ou dificuldades que nos pareçam invencíveis ou intransponíveis, mas todo obstáculo e adversidade, por fim, podem ser contornados, transformados ou dissipados, na poeira do tempo, de modo construtivo, quando o indivíduo se mantém firme em seus ideais, valores e princípios mais subidos.
(Benjamin) – Ainda sorrindo, entre meiga e majestosa, voltou a fitar o jardim multicolor, que contrastava com as cores sóbrias e neutras das pilastras colossais do edifício, e disse-me, olhando para fora:
(Eugênia) – Não há muito que se dizer à criatura que não pretenda enfrentar, com esforço e continuidade, seus problemas, encarando-os como instigantes convites da vida ao crescimento e ao aprendizado. Que se evite o sacrifício, sem dúvida, mas jamais se imagine poder fugir ao esforço próprio. O empenho contínuo por construir o melhor e acertar, em ser produtivo e servir ao bem comum, delineia trajetória de escolhas normalmente difíceis, mas necessárias. E fazer opções difíceis implica, necessariamente, em viver a renúncia, que constrói o caráter e a personalidade dos homens e mulheres de bem, que, ano sobre ano, século sobre século, vêm edificando, com seu suor e lágrimas, os ciclópicos e majestosos edifícios do Reino dos Céus, prometido por Jesus há dois mil anos, que já demonstra seus primeiros esboços arquitetônicos, qual fachadas em taipais sublimes: os andaimes das democracias modernas, da informação disseminada por toda parte, da busca, que se generaliza, de serviço humanístico, em todas as suas expressões de solidariedade, na compreensão-convicção, que se faz igualmente universal, de que não há fronteiras de raça, cultura ou sexo entre as criaturas humanas, e que a Terra, enfim, constitui diminuto e aconchegante lar planetário, onde todos devem ter oportunidade de viver, aprender e ser feliz, em harmonia e fraternidade.
(Benjamin) – A diva sábia, ou a sábia diva, antiga filósofa que fora mestra de Sócrates, no longínquo século de Péricles, ainda me conseguiu dizer, desvanescendo-se no Olimpo, juntamente a toda a paisagem que a emoldurava em luz e beleza indescritíveis:
(Eugênia) – Estes são os albores de uma nova era… a Era da Sabedoria, da Paz e do Amor, que raia para a Terra e que jamais terá fim, conforme profetizaram todos os grandes luminares do passado e todos os médiuns lúcidos do presente… Preparem-se as leiras para a sementeira da Luz… porque os tempos são chegados… Grandes espíritos começam a descer, pelo processo palingenético – muitos já se encontram reencarnados –, e outros tantos descerão, para fazerem a triagem dos justos e injustos sobre o orbe, e bloquearem, com sua própria presença e vibração, o retorno ao domínio físico daqueles que se não compatibilizarem com um piso mínimo de ética, bondade e fé…
(Texto escrito e psicografado em 24 de junho de 2007. Revisão de Delano Mothé.)
Observação:
Declarando estar mais preocupada em focar qualidade que quantidade no trabalho psicográfico, Eugênia determinou que tornássemos a publicar mensagens inéditas neste site apenas nos dias úteis da semana. Muita paz, irmão em Cristo,
Benjamin Teixeira.