Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Se você vem chegando, prezado amigo, à cozinha da vida, sem saber o que fazer com os materiais de oportunidades, recursos e alternativas que lhe são ofertados, para fazer um bom prato de existência, vamos hoje lhe sugerir o bolo da felicidade.

Primeiramente, procure a farinha de trigo da boa vontade.

Adicione a ela o ovo e a essência de baunilha ou chocolate das boas idéias, pelo conhecimento adquirido, pela criatividade desenvolvida, no ofício da inteligência.

Desmanche a manteiga da paixão pelo que faz, em meio à massa crua que se forma.

Utilize, com critério, o fermento da fé, da oração e do contato diário com Deus.

Agregue ao açúcar da bondade e da doçura.

Coloque uma pitadinha de sal da agressividade canalizada ao trabalho.

Mexa tudo com cuidado, na integração psicológica de todos os elementos de sua alma.

Leve o resultado ao forno da determinação e da persistência.

Depois, é só ficar atento para não exagerar no tempo de espera, e, por fim, ter a coragem de meter a mão no forno quente das provações da vida e retirar de lá, com o cuidado dos panos da prudência, para firmemente apoiar a travessa das situações-críticas e, assim, servir o quitute a todos: você, seus entes queridos e os que, pósteros ou coevos, puderem usufruir, direta ou indiretamente, do seu raio de influência pessoal.

Eis a receita do bolo da felicidade. Mas há quem queira ficar distante da cozinha do trabalho, do esforço continuado e da mistura de temperos e produtos da própria alma. Esses, embora possam estar empoleirados em fofas poltronas na sala de estar do menor esforço, sem dúvida continuarão com fome, sabe-se lá Deus por quanto tempo mais…

(Texto recebido em 7 de outubro de 2002.)