Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Você, prezado amigo, recém-ingresso na terceira idade, que percebe seus cabelos enevoarem-se, na mesma medida em que suas idéias tomam rumos inopinados, longe dos folguedos da juventude e das paixões do início da fase adulta…
É você, agora, um poço profundo de experiência, e deve, assim, fazer o esforço para se transformar num manancial de sabedoria, para si e para os mais jovens, atento a não incorrer na tentação de resvalar para o cinismo e todas as posturas negativistas e sombrias de quem se deixou ficar amargo, em vez de mais forte, com os dissabores da vida.
Nada de lamentar pelos erros ou fixar-se nas alegrias do passado. A vida é eterna, e prossegue além do túmulo. Prepare-se, assim, para o retorno ao lar espiritual, fazendo, de cada dia, uma nota constante de serviço e amor a seu semelhante, compreendo que ser ancião é assumir pesada responsabilidade na economia das sociedades, pois que deve portar o arquétipo da sabedoria e da espiritualidade, conduzindo almas e corações, para Deus e para a paz, dirimindo conflitos, angústias e fracassos.
E nada de se sentir em final de linha, pois que, com setenta, pode chegar aos noventa ou cem, ao passo que quem tem vinte, pode morrer amanhã.
(Texto recebido em 14 de novembro de 2004.)