Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Quero escrever uma carta à humanidade.
Quero dizer que fui, há poucos anos(*2), aquela que envergou o corpo de Bernadette Soubirrous, a vidente que, em Lourdes, em 1858, viu a Mãe Santíssima da Humanidade, e quero dizer também que foi através daquela encarnação de sofrimento e renúncia, que encontrei a definitiva sublimação do meu espírito, livre para adejar para o Alto e poder, como os queridos leitores também um dia estarão: libertos do peso da matéria, denso, angustiante (*3).
Por fim, quero declarar que não é por outro motivo que a tese do Maria Cristo está chegando ao mundo físico por esse intermédio, já que somos o grupo espiritual com a responsabilidade de levar Maria aos corações da Terra.
Por fim, quero dizer a todos que me amaram em vida e mais ainda após minha última morte que, apesar de não ser merecedora de nenhuma honraria, todas devidas a Ela e a Deus, fico agradecida pela preocupação, a ternura e o devotamento que me dirigiram, considerando-as um estímulo a que sempre melhore minha condição de serva imperfeita, para melhor reluzir as Luzes de Maria e do Criador.
Por fim, estou aqui para dizer a todos que voltei, voltei para dizer:
Maria é Nossa Salvadora, e, em nome de Seu Amantíssimo Filho Jesus, libertar-nos-emos dos erros medonhos de nosso pretérito primitivo na animalidade, e voejaremos rumo ao infinito, cantando hosanas (*4) ao Criador, realizando as Suas Obras, por hoje e para sempre.
(Texto recebido em 18 de novembro de 2004.)
(*1) Quando esta mensagem for publicada, estarei chegando em território norte-americano, para a realização de meu circuito de palestras bi-anual nos Estados Unidos da América. E creio que seja curiosa a coincidência das datas, já que sua intenção é falar para a Terra inteira. Curioso observar Eugênia aguardar tantos anos para revelar esta sua última identidade reencarnatória, após quase 17 anos comunicando-se abertamente comigo. Cheguei mesmo a supor que Eugênia tivesse reencarnado, pela última vez, no século XV, na condição da princesa Felícia, e os espíritos me permitiram que assim eu supusesse, a fim de que não ficasse por demais ansioso por conhecer sua identidade posterior, já que, obviamente, teria sido mais importante para o trabalho que hoje realizamos que a de seiscentos anos atrás. Por fim, fui informado que Eugênia preferiu ela mesma revelar esta sua última identidade, para que, diferentemente do que aconteceu no ano transato, ela não recebesse novamente homenagens por parte dos seus amigos (desencarnados) que fossem encarregados de comunicar tal revelação, como aconteceu, em agosto do ano passado, a respeito de sua antiga reencarnação na Grécia Antiga.
(*2) Interessante notar como, para espíritos desse nível evolutivo, cento e cinqüenta anos pareçam ser pouco tempo.
(*3) Mais do que ao corpo físico (de que qualquer desencarnado está livre), Eugênia faz alusão às fixações ao corpo material e suas viciações, do que ela se deslindou completamente, e raros desencarnados, em torno da Terra, conseguiram fazer plenamente. Ao falar de sofrimento e renúncia que a sublimaram, Eugênia faz um alerta para os excessos de hedonismo e comodismo dos dias que correm.
(*4) Fica claro o que está implicado no símbolo de “cantar hosanas” logo em seguida, ao dizer Eugênia que, neste êxtase eterno, estarão os espíritos perfeitos realizando sempre as Vontades de Deus e não “quedados” num absurdo estado de contemplação inoperante, totalmente incoerente com espíritos de elevada escala evolutiva.
(Notas do Médium).