Talvez detestes e de todo recuses a identidade de médium, ou não te digas espiritualista nem frequentes uma reunião para atividades de intercâmbio psíquico com o domínio de existência dos(as) que vivem além da matéria densa.
Não obstante, se fores provido(a) de faculdades mediúnicas, terás inelutavelmente, a despeito de tuas resistências, uma psique sensível, mais apta a captar influências externas, tanto construtivas quanto destrutivas, benevolentes e malevolentes, de encarnados(as) ou desencarnados(as), amiúde sofrendo verdadeiras metamorfoses psicológicas, qual se te convertesses noutra pessoa provisoriamente, volta e meia.
Mantém tuas disciplinas de oração e empenho na realização do bem, em qualquer circunstância, envidando concomitantemente o esforço contínuo no sentido do ideal de autogoverno, sem te renderes jamais ao que fira teus princípios.
Entretanto, se percebes mudanças repentinas de humor que não possam ser justificadas apenas por tuas problemáticas emocionais, sobremaneira ao entrar em contato com indivíduos ou ambientes específicos, procura o socorro do estudo sobre a mediunidade¹ e do engajamento a uma instituição séria de práticas espirituais, para que logres gerenciar tua sensibilidade medianímica, aplicando-a a teu e a benefício de teus semelhantes, em vez de, por negligência, deixá-la degenerar-se em instrumento de tortura psicológica para ti e para os(as) que convivem contigo.
Se não te agradar a hipótese de recorrer a tais expedientes de administração criteriosa da paranormalidade², arcarás com as consequências de ficares à mercê da visão tradicional da psicoterapia e da psiquiatria, provavelmente recebendo o diagnóstico de desajustado(a) e quiçá tendo a bioquímica cerebral invadida e alterada pelo uso sistemático e lesivo de psicofármacos.
Apesar de úteis em casos de psicopatologia genuína, esses recursos medicamentosos far-se-ão inteiramente inócuos e mesmo prejudiciais em tua situação particular: de personalidade dotada de um diferencial a mais de percepção, e não portadora de um distúrbio mental, como te induzirão a sentir-te e inarredavelmente te tratarão os(as) profissionais de saúde que, na esfera física de vida, se enquadram nas convenções do modelo vigente de leitura dos fenômenos psicoespirituais.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Irmã Brígida (Espírito)
28 de janeiro de 2008
1. Vide seção “Mediunidade e temas afins”.
(Nota da equipe editorial)
2. Paranormalidade, segundo alguns(umas) autores(as), diz respeito a fenômenos psíquicos que ocorrem sem a interferência de agentes desencarnados(as). Em acepção ampla, todavia, a mediunidade pode ser compreendida como uma mera expansão de habilidades paranormais, de molde a favorecer o contato com inteligências albergadas na dimensão extrafísica de existência.
(Nota do médium)