A culpa indica que alguém tem empatia e consciência – e que, portanto, não é psicopata.

Todavia, com lamentável frequência, degenera em síndrome de culpa e seus diversos corolários: autoflagelação emocional, automutilação física, regressão psicológica a atitudes infantis e toda ordem de reação autodestrutiva ou destrutiva, que não só impedem o(a) infrator(a) de utilizar a energia dolorosa da percepção do próprio erro em autoconhecimento e automelhoria, como ainda impelem aquele(a) que lhes cai nas malhas sutis e tenebrosas a onerar-se com mais culpa e mais carma, em condutas contraproducentes.

Para se fazer construtiva, a culpa deve ser convertida em arrependimento. E o indivíduo contrito precisa vasculhar onde estão suas pendências morais a serem saldadas.

Depois de descobertas essas demandas evolutivas, vem então o momento de a criatura exercitar a responsabilidade: mobilizar-se por corrigir suas falhas e compensar-se com quem lhe haja sido vítima do mau comportamento ou, dum modo geral, ressarcir-se com outras pessoas ou agrupamentos humanos diferentes, pelos débitos cármicos adquiridos com sua ação injusta ou omissão indesculpável, empenhando-se por conquistar créditos espirituais que possa amealhar no bem a fazer, em tão melhor qualidade e maior extensão quanto lhe sejam exequíveis.

Assim, mesmo falível, mas sendo autocrítico(a) e proativo(a), o(a) buscador(a) genuíno(a) da Luz assimila a experiência de seus deslizes, transmutando a força motriz da queda em dinâmica de autoaprimoramento e transcendência.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
6 de junho de 2024