pelo espírito Eugênia.
O desejo sexual, que revela um ímpeto fundamental de criação e integração entre os seres, além de impulso do corpo para reproduzir o corpo, expressa um elã irresistível de troca de energias de alma a alma, em nível profundo. Não por acaso, corroborando esta nossa assertiva, o desejo sexual se estende além dos períodos de fertilidade feminina e do que seria possível para a obtenção de gravidezes desejáveis. As permutas sexuais entre pessoas do mesmo sexo, mais ainda confirmando esta tese, inteiramente incompreensíveis do ponto de vista reprodutivo, caracterizam, ao menos como potencial, um mínimo de 10% das populações humanas da Terra.
Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que estruturou todo o gigantesco edifício de seus estudos da psiquê humana, em torno do elemento sexual, que denominou libido, afirmou que as maiores realizações da civilização deviam-se à “sublimação dos excedentes da energia sexual”. Se o maior revolucionário no tema foi capaz de dizer isto, declarando-se publicamente celibatário aos apenas 41 anos, para dedicar suas energias psíquicas à constituição mais prolífera de sua obra, o que não diríamos nós outros, que partilhamos da fé espiritual e que, embora primemos pela completude do ser humano e pelo atendimento de suas necessidades físicas, quando encarnado, focamos como prioritárias as questões da alma?
Há sexo sublime na criação artística, na produção científica e literária, filosófica e religiosa, nas atividades profissional, empresarial e política, assim como na constituição da família e seus fundamentos excelsos de dignidade e divindade em semente. Há energia sexual em suas manifestações mais transcendentes no trabalho luminar dos construtores de civilização, como Buda ou o próprio Cristo.
Ore, amigo, e crie laços energéticos de comunicação com os anjos. Estenda a mão da solidariedade, em direção a seus irmãos em humanidade, e haverá elos sublimes de caridade e fraternidade entre você e seus companheiros de jornada evolutiva. Não se adstrinja às manifestações animalescas do sexo meramente físico e, assim, distenda-se além do chacra básico, gravitando sua atenção para as funções mentais e ocupações correlacionadas aos plexos energéticos superiores, que, ativados à excelência, permitir-lhe-ão ostentar a coroa das almas santas, aureoladas de luz no topo da cabeça e na altura do coração.
Viva sua sexualidade com equilíbrio, sem reprimir-se (no intuito de acelerar a evolução, o que o adoecerá psicologicamente, em vez de espiritualizá-lo), mas evite os excessos e o desvio de foco da prioridade no espiritual. Se, entretanto, estima permanecer enlaçado psiquicamente à selva, preso a instintos primitivos e automatismos atávicos nem um pouco satisfatórios para o espírito mais amadurecido, perpetuando ciclos abreviáveis de dor e repetição indefinidas, a escolha, de fato, é sua.
(Texto psicografado por Benjamin Teixeira, em 16 de abril de 2006. Revisão de Delano Mothé.)