http://www.saltoquantico.com.br/wp-content/uploads/Conversa1.jpg


Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo
Espírito Irmão Chico.

Eu estava com duas amigas, conversando animadamente, madrugada adentro, após longo dia de trabalho, não só na repartição pública que me absorvia as funções de escriturário, como no centro espírita cristão, psicografando e atendendo à multidão que procurava o conforto da Espiritualidade Amiga, por horas seguidas. Regada a risadas desatadas, entremeadas de xícaras de café forte, avançávamos, na calada da madrugada, muito próximo dos primeiros raios do Sol, quando o nosso estimado Guia Espiritual surgiu-me à psicovidência:

– Estás muito divertido!… – disse-me, sumário, enquanto uma das minhas interlocutoras emendava outra anedota de salão, com o fito de prolongar nosso prazer emocional.

– Sim, é o repouso justo, após um longo dia de labutas, tanto profissionais, quanto as que me absorvem todas as noites, dedicando-me ao serviço fraterno intermundos.

– Mas o senhor terá que acordar no início da manhã, para atender aos misteres da profissão.

– Sim, compreendo. Por isso, reservarei um número menor de horas ao descanso do corpo, para que possa relaxar a mente de tanta faina que, inobstante bendita, também se faz particularmente exaustiva, em certas ocasiões – e hoje é um desses dias.

– Entendo. Mas como o senhor poderá cumprir a contento as solicitações profissionais, seguidas das atinentes ao nosso trabalho mediúnico, depois de apenas duas horas de sono? Acredito que as quatro horas de repouso sejam indispensáveis para o bom rendimento de nossas tarefas, propiciando menor margem a erros evitáveis.

Olhei discretamente o relógio na parede da casa de minha amiga, uma viúva de meia-idade muito bem-humorada e otimista. Eram quase três horas. Estranhava-me com a insistência fora do padrão de meu Amigo Espiritual. Mas, em função de sua instância, ponderei a questão, intimamente. Teria que me acordar, sem falta, às 6h. O trajeto para casa absorver-me-ia mais uns 15 minutos de caminhada a pé. Até me deitar, após banho de “cuia”, para não acordar os residentes no lar, com o barulho do chuveiro (*2), consumiria mais outros quinze ou vinte minutos. Em passando de duas da madrugada, não me seria possível atender o Orientador venerando, senão, no máximo, com mais meia hora de sono. Acompanhando-me as reflexões íntimas, atalhou o Mestre desencarnado:

– Chico, acrescente ao menos meia hora às duas de repouso, como pretendia, em vez de não adicionar tempo algum. Da próxima vez, tente organizar sua saída para mais cedo.

Nem de longe imaginava que havia outro propósito da parte de meu Instrutor do “Mundo Invisível”, no sentido de que me pusesse na via pública imediatamente, terminando por lhe acatar os alvitres.

Avisei de minha partida súbita, sem esconder que o Chefe Espiritual havia-me convocado a recolhimento para logo. Apesar dos protestos afetuosos, as amigas respeitosamente acederam ao fim de nossa reunião íntima.

Distava apenas uns dois quarteirões, no máximo três, de casa, quando um homem trôpego abordou-me à via pública, silenciosa e discretamente. Reconheci-o, de pronto: tratava-se de Tonico, conhecido escravo da dipsomania, embora não houvesse ainda chegado aos trinta janeiros de vida física. Assim como minha amiga, morava com a mãe viúva e não tinha irmãos. Não casara, e fugia, todas as noites, para o entorpecimento dos sentidos, tendo perdido três empregos, em espaço de pouco tempo, com risco de talvez nunca mais gozar de crédito para, numa cidade tão pequena qual a nossa, encontrar nova recolocação de trabalho.

– Chico: estou desesperado! – falou-me, sem rodeios, sussurrando, embora a voz embrulhada típica ao torpor alcoólico. – Hoje me preparei para encontrá-lo no percurso para casa, porque não tive coragem de ir a seu encontro, no centro. Tentei vários dias, mas não consegui.

– Pois não, Tonico. Do que se trata? – perguntei, com autorização e assistência muito clara de meu venerado Protetor Espiritual, a despeito de já conhecer o conteúdo de sua fala: as formas-pensamento saltavam-lhe da mente e me mostravam quadros menos dignos à apreciação social.

– Chico… – e embargou a voz, comovido – eu não vou conseguir me casar!…

– Acalme-se, Tonico. Há sempre um bálsamo para todas as dores…

– Mas a minha não tem solução! Sou um caso perdido! Sou uma aberração!

A essa altura, o homem que passava dos 27 anos, viril, de traços angulosos, mãos grossas e calejadas pelo trabalho duro do campo, apesar da boa educação para a época e lugar, chorava como uma criança, enterrando o rosto nas mãos.

– Fale, pode falar. Vai-lhe fazer bem desopilar o fígado (*3). Acompanhe-me mais além…

E tomamos a direção do banco de uma praça, porque percebera que ouvidos curiosos acompanhavam-nos a conversa, por detrás da janela de uma das casas mais próximas.

Tonico atendeu-me ao apelo, mecanicamente. Sem sentar no banco, continuou, no mesmo padrão varonil, espalmando grandes mãos, dos braços talhados no trabalho pesado, convertido, porém, num menino que buscasse o último socorro materno, antes de resvalar para o abismo. E, à medida que gesticulava, espalhada e firmemente, lançou-me a confidência que já conhecera de antemão, mas que ele jamais presumiria ser de meu domínio:

– Chico, eu sou homem, mas, ao olhar para uma mulher, não sinto o que outros homens sentem. Não sou efeminado, Chico, não sou!

– Sim, eu sei!… Eu sei, Tonico – fui enfático e acolhedor, para que ele se sentisse aceito.

– Mas mesmo não sendo efeminado, quero fazer o que outros homens fazem com uma mulher… Mas só que com outro homem!… Você entende o meu desespero, Chico? Você percebe quão degenerado e imoral eu sou?

– Não, Tonico, não é. Você apenas é diferente…

– Diferente? Como assim, Chico?! Você acompanhou minhas palavras? Eu tenho ímpetos de fazer um homem de mulher! Isso é uma degradação!

– Quem lhe disse isso, Tonico? – indaguei, já sabendo a resposta, que lhe saltava, como um filme vivo, da fronte larga, agora empastada de sudorese intensa, na suprema exaltação em que se encontrava.

– O padre, Chico. Ele disse que estou tomado pelo Inimigo, e que, somente quando expurgar esses pensamentos indevidos, poderei me sentir e ser considerado um “filho de Deus”.

– O padre está enganado, Tonico, como está sobre nossas práticas mediúnicas. Tudo na natureza é de Deus. E, como a correnteza de um rio que não encontra forma linear de atravessar um terreno acidentado, podemos contornar os impedimentos, “canalizando” as energias que não recebem autorização social, nos dias de hoje, para outras tarefas.

Tonico estacou o estado de desespero; e, então, foi a vez de eu me exasperar. Estava com um alcoólatra, sob efeito de anestésicos da consciência, e meu interlocutor encontrava-se na iminência de fazer propostas indecorosas.

– Já percebi seu modo delicado de ser, Chico. Você sempre me impressionou muito. Não é com uma mulher que desejaria me casar, mas com um homem delicado como você…

– Tonico… eu o vejo como irmão em Jesus – tentei, debalde, desviar a conversa para outro tom.

– Compreendo seu acanhamento, Chico. Você deve ter sido uma grande dama em outras vidas. Eu acredito em reencarnação. Mas, enquanto outros querem damas em corpos de mulher, eu quero damas como você, num corpo de homem.

A essa altura das confidências de Tonico, eu pedia socorro ao Guia Espiritual, enquanto esquadrinhava as ruas, em busca de alguém para rogar auxílio. À época contando poucos anos mais que o amigo, meu coração palpitava de pavor: o que não me era comum. O Benfeitor Espiritual tranquilizou-me: Tonico não me faria mal nenhum. Ato contínuo, dei-me conta de que as entidades vampirescas que costumavam acompanhá-lo, nas noitadas de rendição ao vício, não o acolitavam naquele final de madrugada. De reversa maneira, notei, exatamente naquele ápice de agonia para mim e de ansiedade para Tonico, que uma senhora desencarnada, exalando bonomia, aproximara-se de nós dois e, tocando-o na fronte, mas olhando para mim, disse:

– Meu neto precisa falar com você. Se você não o ouvir com acolhimento fraterno, cometerá suicídio ainda hoje.

Desarmei-me, suplicando a Jesus força e inspiração para tal sui generis situação, para que não saísse, um milímetro que fosse, da linha de cumprimento de meus deveres cristãos. O Guia Espiritual, circunspecto e severo quase sempre, que até então, desde a casa de minha amiga, não me era acessível senão à audiência mediúnica, apareceu-me novamente à vidência, do meu lado, com ar sereno, jovial, quase sorrindo:

– Fique em paz, Chico. Estou aqui. Tudo vai transcorrer bem.

Tonico, que não percebera nada deste quadro, parecia pressentir as energias de fraternidade e candura que o envolviam (tanto de sua avó quanto de meu pai espiritual), porque abaixou a vista, caiu de joelhos aos meus pés e, num tom cavalheiresco, puxou-me a destra e, antes que pudesse me desvencilhar de seu gesto, disse-me, após afetuoso ósculo, nos exageros peculiares a quem admira muito alguém:

– Chico, desculpe-me importunar sua alma santa! Sou um depravado vulgar. Sinto-o uma grande dama pelo Espírito, mas jamais deveria lhe propor algo tão chulo, como o que acabei de lhe falar.

Apesar de não concordar com as palavras de louvor hiperbólico, eu mesmo tinha os olhos marejados, um tanto tocado de culpa, por haver pressentido movimentos menos dignos de ataque ao meu pudor. Adiantei-me, então:

– Tonico, fique em paz. Você não me ofendeu em nada do que disse… – e, influenciado por meu Esclarecedor invisível, revelei, como se estivesse diante de um íntimo de longos evos – Sou, de fato, uma dama asilada num corpo masculino, exatamente para me devotar, mais intensivamente, à obra da psicografia, que me absorve quase todo o tempo livre… Não haveria nada demais em acolher suas propostas elegantes e sérias de consórcio matrimonial, mas os nossos mestres espirituais avisam-nos, com muita ênfase, que não é chegado o tempo ainda de pessoas como nós (menos óbvio, você; mais notório, eu) vivermos nossa natureza psicofísica livremente. Por isso, precisamos, ainda, da sublimação dos impulsos, para que possamos nos integrar à máquina social, oferecendo nossos melhores esforços ao bem comum.

Tonico chorava mais; e, agora, beijava-me a destra sucessivas vezes. Dentro de mim, a mulher aprisionada e também carente, como toda criatura humana, de maior intimidade com outra criatura humana, fez-me acompanhá-lo no verter contínuo de lágrimas. Ele, então, notando minha voz que se convertia em pranto semissilencioso, tornou a levantar os olhos, ergueu-se e externou o que sua avó já me antecipara:

– Chico, estava decidido a chegar em casa e eliminar minha vida. De acordo com o que ouvisse de você, tomaria esse rumo ou não. Mas acreditava que era quase certo que você me enxotaria a presença, como a um cão doente. E, no entanto, você abre seu coração comigo. Não se preocupe, amado amigo. Ao saber que meus sentimentos são recíprocos, de algum modo, embora eu seja o vagabundo e você a santa mulher que poucos veem – voltou Tonico a insistir em suas fantasias sobre uma virtude que não possuía e não possuo (*4) –, d’agora por diante, se não posso ser seu esposo, serei seu servo: largarei a bebida e passarei a fazer qualquer coisa que me determine, no centro ou onde você me permita estar na sua vida. Sabia que, como pessoa de bem, você jamais aceitaria minha proposta, mas não imaginava que fosse me tratar da forma como me está recebendo.

Tonico, de fato, largou a bebida. Arranjou um novo emprego e não mais saiu dele, tornando-se exemplar funcionário num escritório de advocacia (*5). Trabalhou vários anos no centro. Tornou-se passista, e fazia tudo que dele se pedia, mas sempre esperava que as orientações saíssem de meus lábios. À noite, despedia-se invariavelmente, com um abraço terno e casto, e nunca mais voltou a tocar no assunto que nos uniu, naquela praça, perto do alvorecer.

Desencarnou pouco mais de dez anos depois, vitimado por um infarto fulminante, poucos meses após sua mãezinha haver partido do mundo físico, tomada de fatal pneumonia. No velório, vi quando Tonico foi deslindado do corpo e, aproximando-se de mim, disse-me:

– Amar-te-ei sempre. Aguardo-o de cá.

Histórias tristes como esta, protagonizadas pelos exilados de uma sociedade patriarcal e, em muitos aspectos, feudal, foram multiplicadas aos milhões… quase sempre com desfechos muito menos felizes que o que Tonico e eu vivemos, em nossa luta por transferir, ao bem do próximo, a dor de amar sem poder demonstrar o próprio amor, nem mesmo no reduto de nossos lares. Histórias dolorosas que ainda se repetem, aos milhões, num planeta muito mais populoso, com maioria esmagadora de povos e legislações que condenam o afeto entre iguais, numa histérica defesa do que não precisa de defesa: o sexo reprodutivo, num orbe superpovoado, à beira do colapso ecológico…

Tonico voltou a trabalhar comigo, do lado de Cá, décadas depois, quando de meu desenlace. Estranhei que não tivesse ele retornado, após o decesso carnal, a conviver comigo nas tarefas do centro, ainda que tão só da faixa dos deslindados de veículos de carne. Mas o querido amigo não me apareceu, ano sobre ano, decênio sobre decênio, até que a memória me estivesse quase de todo desbotada, entre multidões infindáveis que travaram contato comigo, nas décadas seguintes de minha longa existência na matéria.

Ao desvincular-me do corpo físico, em poucos dias, Tonico veio-me visitar, e, antes que fizesse a pergunta, disse-me que fora orientado a ficar longe de mim, para não aumentar a dor da separação física, que já me era, por si só, muito sofrida, e que seria, involuntariamente, reavivada, com sua presença espiritual. Quanto ao que se segue… bem… é assunto de nossa intimidade, para eu narrar aos amigos, n’outra ocasião, quando for autorizado a isso (risos).

 

Consulta:

Benjamin T. de Aguiar – Estimado Irmão Chico, alguns que lhe identifiquem a personalidade estranhar-se-ão com essa ordem de confidências.

Irmão Chico – Prezado irmão Benjamin, os que assim pensarem não me conhecem sequer a obra de que fui intermediário, registrada por escrito. Além de referências ao assunto em diversos pontos do trabalho dos bons espíritos por meu intermédio, fui interrogado duas vezes, sobre o assunto homossexualidade, em famoso programa de entrevistas da televisão brasileira, no início da década de 1970 – maciçamente divulgado, nos dias de hoje, pela força da rede mundial de computadores –, e, na ocasião, falei abertamente que as legislações do futuro regulariam a situação dos que nascessem em “condição de esterilidade”. Se naquela época de tanto obscurantismo e ignorância em torno da temática, já me exprimia publicamente assim, o que não poderia falar, se estivesse num espaço de confiança, entre amigos? Foi o que fiz, então.

A maior transparência que hoje podemos desfrutar, em prosseguir na linha opiniática que me caracterizava ontem os posicionamentos socioculturais, decorre do princípio da revelação gradativa – como enunciou nosso mestre Kardec –, com o avanço dos costumes e do conhecimento humanos, favorecendo-me o ensejo (a benefício de inúmeros outros irmãos em provações semelhantes, lamentavelmente, nos tempos hodiernos) de trazer a lume algo de minha intimidade de pessoa muito humana, com necessidades e carências normais a toda criatura, embora os rigores morais do tempo de minha última reencarnação não permitissem ainda nada além do que vivi, neste breve artigo narrado… Ou seja: quase não vivendo coisa alguma, como os amigos leitores podem deduzir, porquanto nunca ultrapassamos as barreiras que nos impusemos ao conúbio carnal, muito naturalmente, em prol do serviço ao bem comum, a despeito de, neste sacrifício, excluirmo-nos de um direito fundamental e sagrado a qualquer cidadão, a qualquer ser humano: o de constituir família.

Aqueles que nos condenarem por isso, ou aos meios que utilizamos para trazer esse assunto à baila dos debates construtivos, são ainda escravos de hipocrisias sociais, ignorantes de que, bem “debaixo de seus narizes”, poderão guardar almas queridas sangrando de dor, que, amiúde, negam a felicidade a si próprias, em nome de aparências que, atualmente, não mais têm razão de ser, atendendo à cultura do verniz do conservadorismo asfixiante da natureza vivaz e imprevisível do espírito humano, afeito à criatividade e à afetividade puras, incluindo a sexualidade, tão pura quanto qualquer outra manifestação da condição humana.

O assunto “homofobia” tornou-se agenda de todo movimento político ou social decente, ao menos no mundo Ocidental, de tal modo que quem quer que se oponha a ele, nesta quadra do desenvolvimento dos valores na superfície do globo, está-se condenando a descrédito e escárnio para bem pouco tempo – muitos destes, ainda dentro da própria existência física que ora usufruem.

 

(Texto recebido e consulta realizada em 13 de junho de 2012.)


Notas do Médium:

(*1) (*5) Nome e circunstâncias de vida, tanto de Irmão Chico quanto, mormente, da personagem Tonico, foram alterados, para proteger a identidade e privacidade de familiares ainda encarnados deste último.

(*2) Em casas do interior brasileiro, na primeira metade do século passado, normalmente não havia forro, de modo que os ruídos nos cômodos facilmente vazavam, entre o telhado e as paredes, para os demais compartimentos que constituíam a edificação.

(*3) Forma clássica de propor-se uma catarse ou um desabafo “desestressante”, mais própria mesmo do século XIX que do século XX, fundada em desconhecimento de funções orgânicas básicas, incluindo a da biles, secretada pelo fígado.

(*4) Irmão Chico fez questão de manter as expressões e atitudes reverentes de Tonico para com ele, de molde a imprimir, ainda que constrangido com tal revelação, o tom extremamente respeitoso com que o rapaz o abordou, distanciando-se esta narrativa, assim, da obscenidade que os preconceituosos desejariam adivinhar no episódio, apenas por se tratar de um afeto entre pessoas do mesmo sexo. Uma proposta de casamento, feita nos termos em que se deu, está mais para contos idílicos do que para narrativas eróticas de baixo calão. E tal interação ainda teve o condão de afastar o proponente do desespero de perpetrar suicídio, para convertê-lo num agente do bem devotado, sem que nem se chegasse, em qualquer momento futuro, ao conúbio íntimo, próprio de todo casal. Isso dá uma nota de como se exigiu (e ainda se exige), hipócrita e perversamente, de homossexuais, postura sobre-humana, os quais, mesmo assim, recebiam (e recebem) o desdém da maioria. Deveriam eles se sacrificar pela felicidade dos outros (os heterossexuais, diga-se), como se isso lhes fosse uma obrigação pelo direito apenas de existirem, direito este que lhes era negado (e ainda o é), tanto que não se tocava no assunto e não se permitia que ninguém decente trouxesse à baila tal temática, como assunto seu, nem mesmo como leve insinuação à não condenação da homossexualidade. Um terror psicológico e uma tirania moral tão medonhos, que somente quem nasceu gay em sociedades homofóbicas pode compreender, em toda sua extensão. Para os heterossexuais, tudo… Para os homossexuais, o presídio, o escárnio, o hospital ou o cemitério!… porque a santidade só era aventada, para os que fossem realmente santos, se estes denegassem sua natureza publicamente, vivendo sentenciados à irremediável castração de si mesmos.

 

Ajude a sábia e santa Mestra Espiritual Eugênia e Seus Amigos igualmente Mestres Desencarnados a disseminarem Suas ideias de sabedoria e amor, e, com isso, tornarem mais feliz e pacífico o nosso mundo (ou o mundo dos destinatários que você escolher beneficiar com sua partilha). Basta que encaminhe este arquivo a sua rede de e-mails. Para tanto, utilize a ferramenta abaixo, com os dizeres: “Envie esta mensagem para seus amigos”.

Se você está fora de Sergipe, assista, gratuitamente, às palestras públicas do Instituto Salto Quântico, com Benjamin Teixeira de Aguiar, ao vivo, aqui mesmo, em nosso site: todos os domingos, a partir das 18h15 (horário de Brasília) – incluindo um canal com tradução simultânea para o Inglês. Ou, se estiver em Aracaju e Região Metropolitana, seja bem-vindo(a) à participação presencial, no Iate Clube de Aracaju durante o mês de junho, com ministração de passes iniciando-se às 18h.