Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Por você ser possuidor de determinada fraqueza, não se segue que obrigatoriamente precise (ou mesmo possa) vencê-la, nem muito menos, em atitude oposta, deva render-se a ela, sem controle algum.

Ao notar alguma falha em si, as pessoas tendem a tiranicamente se policiarem, a ponto de mutilar a vivacidade da alma – certos defeitos são estruturais e não vão se corrigir repentinamente, devendo, sim, ser canalizados de forma inteligente e criativa para conseqüências construtivas –, ou a se lançarem à permissividade licenciosa e irresponsável, cheias de racionalizações forçadas, a fim de se eximirem da culpa, por não quererem ou não suportarem admitir estar em erro.

Se você, prezado amigo, é portador de alguma falha, alguma inclinação indesejável, um defeito de que não consegue evadir-se, seria bom que considerasse os seguintes tópicos:

1. Veja se realmente existe o defeito. Muito freqüentemente, o preconceito e equívocos de percepção e de filtragem ideológico-cultural distorcem a realidade, fazendo parecer malévolo o que pode ser, inclusive, extremamente positivo.
Exemplo: A sexualidade reprimida nos tempos medievais (com seus reflexos perniciosos até o presente).

2. Verifique se é tão importante você se preocupar com tal mazela. A primeira questão, se efetivamente chegar à conclusão de que vale a pena investir nesse processo de transformação íntima, é que se deve concentrar a mente na qualidade a ser desenvolvida, e não na idiossincrasia indesejável a ser sanada, por uma questão até de respeito à funcionalidade da psique humana, que não se estrutura à base de lítotes, mas sim de afirmações claras – alguns neurocientistas, a propósito, chegam a asseverar que o cérebro ignora completamente a palavra “não”.
Exemplo: Peça a alguém para não pensar em uma belíssima maçã vermelha. A primeira coisa que o sujeito fará é imaginar exatamente a fruta. Sugira, afirmativamente dessa vez, que pense em uvas, e ele, seguramente, não visualizará maçãs vermelhas, como você queria a princípio. Mas será que a grande questão da vida está em pensar ou não pensar em certas coisas ruins? ou será que está em fazer ou não fazer coisas boas?

3. Se verdadeiramente inferir tratar-se de uma falha de fato injustificável, que mereça o combate contínuo, estabeleça metas, roteiros, procedimentos disciplinares de contenção, de afastamento da exposição a tentações, entre todos os recursos que encontrar para administrar sua fraqueza. Saiba que é sempre possível conviver-se saudavelmente com uma limitação de personalidade e mesmo de caráter, quando dela se tem consciência e sinceramente se está determinado a combatê-la.
Exemplo: os alcoólicos anônimos não se consideram ex-alcoólatras, mas sim alcoólatras que não bebem mais. Trata-se de um distúrbio que sempre existirá, no correr, pelo menos, de uma encarnação física, e, em não considerando tal realidade, o indivíduo pode facilmente se expor ao retorno do desequilíbrio.

Não pretenda perfeição em nada, amigo. Faça o que está a seu alcance, e seja feliz, ao seu modo, dentro de sua medida de condições evolutivas. Todavia, considere que, assim como não existem ex-alcoólatras, também não há – já afirma a Ciência – ex-obesos ou ex-co-dependentes. O mesmo poderíamos dizer de todas as patologias da alma, muito mais sutis, ainda longe do escrutínio científico terreno, como o ciúme, a inveja, a sexomania, a ganância, a mitomania, a maledicência, o narcisismo. Você pode se sentir possuído por um desses males que afligem o ser humano, ou pode possuí-los. Para tanto, deve partir da premissa de reconhecê-los em si – estes que citamos ou quaisquer outros que sejam. Conforme disse o egrégio psiquiatra psicanalista suíço Carl Gustav Jung, o melhor caminho de se iluminar é conscientizar-se das trevas interiores. Já lecionava também Jesus: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

Certos traços de sua personalidade e de sua, digamos, compleição de caráter compõem o seu arcabouço atual de ser, constituindo, amiúde, vigas mestras de sua identidade, não podendo, portanto, ser eliminados, mas sim adaptados a realidades, funções e finalidades novos. Destarte, é importante pô-los em perspectiva com algo maior: um objetivo existencial, o propósito de se estar na Terra; e concentrar a mente e as atitudes diárias no serviço que se pode prestar, não no defeito que se tenha de conter. Essa é uma falha grave de perspectiva de vida, que, a despeito das melhores intenções de quantos nela incorrem, costuma levar ao desperdício de uma existência inteira. Pense no bem que pode fazer, ao invés de se preocupar com o mal a ser refreado. Contenha impulsos ruins, mas, sobremaneira, dê vazão aos bons, inclusive porque esta é a melhor forma de manter os primeiros sob controle, não só por uma questão de enfoque mental e espaço na vida psíquica que assim se propicia, como também pelo fenômeno da canalização psicológica, com a energia do mal sendo transmutada em estímulo para o bem. O que importa é aplicar construtivamente todos os aspectos de sua personalidade, que é singular. Veja defeitos como diferenças, e tire partido deles para o bem comum. Porque tanto quanto existem atributos positivos mal aplicados, qual a verve eloqüente de um tirano, há tendências, em princípio, negativas, como a agressividade, que podem se converter em um vulcânico ímpeto à realização de obras beneméritas.

Seja lúcido, cuidando para não se tornar puritano e não perder o referencial do pragmatismo, e faça sempre o que melhor estiver ao seu alcance, apenas isso.

(Texto recebido em 15 de maio de 2000. Revisão atual de Delano Mothé.)

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Excepcionalmente, nesta semana, serão publicadas apenas psicografias antigas, mas inéditas, neste site, em virtude de sobrecarga de trabalho do Médium.

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MEDIUNIDADE e CONTATO com GUIAS ESPIRITUAIS e ANJOS.

A bênção da mediunidade, a ajuda de Seres Superiores, nas complexidades da vida e do destino. Ilustrações emocionantes, filmes espetaculares, fenômenos extraordinários que ocorreram na presença de grandes médiuns do passado: Moisés, as mesas girantes estudadas por Allan Kardec, as psicografias ímpares de Chico Xavier. Por fim, a promessa do Espírito da sábia e santa Eugênia, de se comunicar, por meu intermédio, por uma incorporação completa, que não ouso permitir aconteça, há quase três anos. Sugerimos, enfaticamente, que aproveite esta oportunidade invulgar de se beneficiar com as dádivas do Céu, que os Bons Espíritos desejam distribuir. A renda do evento, como sempre, será revertida para manter nosso programa em rede nacional de TV, de modo a propiciar que milhões de pessoas, em todo o país, recebam, gratuitamente, em casa, a mensagem libertadora da imortalidade.
Neste domingo, 8 de junho, às 19h. Mais informações (endereço, valor do ingresso): 3041-4405.

Benjamin Teixeira e Equipe de Divulgação do Instituto Salto Quântico.