por Benjamin Teixeira

Intróito:

Que eu me recorde, foram pelos menos três “chamadas de atenção” dos Bons Espíritos, no transcurso de quarenta dias que nos separam deste impressionante evento mediúnico, para que se publicasse, enfim, o presente artigo. Recebi orientação para trazer a público a vivência, da “boca” do próprio Paulo, quando pude, por espaço de rapidíssimos minutos, estar com Ele. Alguns amigos, em particular Delano e Wagner, cobraram-me um sem-número de vezes, fazendo coro à determinação dos orientadores desencarnados. Julguei, contudo, uma total falta de pudor fazê-lo, pelo que uma resistência medonha me surgiu, como há muito não tenho, em narrar experiências paranormais que acontecem comigo, apesar de minha natural empolgação-vocação em estimular a esperança e a fé dos que me ouvem.

Passados dez dias do “arrebatamento místico”, consegui grafar o texto abaixo, deixando-o, porém, de molho, por mais um mês, para trazê-lo a lume, como se percebe pela data que encerra a redação. Que nossos leitores, de dentro e fora do país, façam valer este esforço de seu irmão sapo-mediúnico (como sei que sou – e os íntimos sabem o quão sincero sou em declarar-me tão-só um anfíbio do espírito): de esquecer, por um momento breve, o escrúpulo moral, para obedecer àqueles que chegaram a me dizer, no intuito de me dissuadirem da trava psicológica a contar o evento : “Como disse Nosso Senhor Jesus, aqueles que se envergonharem de Mim, diante dos Homens, deles Me envergonharei, diante do Pai.”

Por fim, pediria o favor especialíssimo de amigos, seguidores e admiradores da Escola de Pensamento Espiritual fundada e dirigida pelo Espírito Eugênia, o Instituto Salto Quântico, que me incluíssem, de modo particular, em suas orações diárias, para que este ser tão deficiente de luz espiritual que sou erre o menos possível e acerte o mais lhe seja exeqüível, nesta obra que me não pertence, mas aos Grandes Gênios-Anjos da dimensão Excelsa de Vida, de Quem me faço um mui insignificante e imperfeito porta-voz, no plano material de existência.

Benjamin Teixeira.

Aracaju, 16 de abril de 2009 – talvez não por acaso (risos), o principal dia reservado a cultuar-se a imagem e significados implicados na pessoa de Santa Bernadette Soubirous, última passagem pela Terra de nossa tão estimada e respeitada Eugênia.

Acompanhado de meu muito dileto amigo e irmão do coração Delano Mothé, em longas preces e meditações, na tarde da quinta-feira, 5 de março do corrente ano, senti-me impelido a recostar-me na cama. Sem sono algum, mas profundamente relaxado, fiz um desdobramento da consciência para outra frequência de manifestação, embora permanecendo deitado, em meu leito. Primeiramente, dei-me conta da presença de algumas senhoras, uma delas, em especial, a meu lado esquerdo, vestida à maneira do início do século XX, saia (sem ser balão) até os pés, pescoço coberto pela gola da blusa, cabelo armado em “cocó” (lembrando a imagem estereotipada da “vovozinha camarada”). De um lado a outro, as damas desencarnadas trançavam como que fios luminosos que atravessavam meu corpo perispirítico, ainda parcialmente jungido ao organismo material, quando me pediu, esta à minha esquerda – após identificar-se como mãe de minha avó paterna (Cacilda), que se chamara, nesta sua última encarnação, de Elvira:

– Fique quietinho, relaxe mais.

Em questão de segundos fui surripiado do ambiente, embora pudesse falar, utilizando o aparelho fonador do corpo físico, de modo um tanto pastoso, relatando a Delano o que me ocorria na vivência psíquica.

Vi-me transportado a magnífico templo da Antiguidade, que me remeteu, ato contínuo, à figura de Aspásia de Mileto e à cidade de Athenas de seu tempo, na Grécia Antiga. Não havia assentos, como eram os templos da época, e percebia, de forma um pouco esparsa, figuras imponentes de homens e mulheres do Domínio Excelso de Vida, como se estivessem reunidas e em movimentação para grandes deliberações. Os trajes, com túnicas de variada coloração (muito bem harmonizadas, inobstante), lembravam-me o estilo de vestir do primeiro século de nosso calendário gregoriano. Por intuição, “sabendo” onde estava, disse a Delano, movendo, com dificuldade, a língua e os lábios do veículo de carne, prostrado em meu dormitório:

– Estou numa cidade do Plano Sublime, onde grandes mestres da Espiritualidade Maior reúnem-se para decisões de vulto, a respeito das existências de seus pupilos e de grupos humanos inteiros, sob sua direta responsabilidade e supervisão.

Uma escultura majestosa da deusa grega Palas Athena, em mármore branco, de proporções mastodônticas – talvez uns quinze metros de altura –, erguia-se, à minha frente, como símbolo da Sabedoria que ali regia toda criatura e iniciativa, Sophia ou Sapientia, a esposa de Deus, conforme as assertivas bíblicas. A esta altura dos acontecimentos, uma personalidade masculina, estacada de fronte a mim, chamou-me a atenção particularmente. Olhando-me fundo nos olhos, homem de perfil judaico, barba hirsuta, olhar severo e penetrante, disse-me, telepaticamente:

– Atente-se para não menosprezar a importância de Aspásia, pela intimidade que desfruta com Ela. Antes de ser sua mãe, Eugênia é a “deusa” Palas Athena, um dos respeitáveis guias do desenvolvimento psicológico e cultural da espécie humana.

Esforcei-me para repetir as palavras (que me foram ditadas com a linguagem inarticulada do pensamento) a Delano, e, ao terminar de fazê-lo, uma segunda entidade masculina, com túnica em tom pastel (deste, não pude divisar a face), apareceu-me à direita, dizendo-me, como se sussurrasse, à minha acústica mental, em tom suave e conselheiro, qual pai amoroso e não-egóico (este segundo comunicante se fez ouvir, de fato, psiquicamente, qual se verbalizasse o texto que me transmitia):

– Lembra-se de mim?

Senti familiaridade com a energia e o padrão mental exalados do interlocutor, mas não me recordei de pronto de quem se tratava.

– Não estou certo – balbuciei, pressionando a memória, constrangido por não me recordar da autoridade espiritual que se dignava dirigir-se a mim.

– Tem certeza? Há muito tempo, interagi mais com você, até a época do lançamento do programa de TV…

Tive uma suspeita… mas não estava seguro. E a própria entidade amiga se adiantou a confirmar-me:

– Sim, sou eu mesmo, Erasto, discípulo de Paulo. Naqueles dias, você julgava que eu era a individualidade mais elevada a quem contactava, por meios paranormais, sem dimensionar a grandeza de Eugênia, na condição da “deusa grega” que inspira os destinos humanos, até hoje. Que curiosa ironia, não é? Você a via apenas como a mãezinha amorosa; e a mim, como o grande sábio do Plano Maior… Bem poderíamos inverter as posições…

O sábio despretensioso riu-se, com bom humor e leveza, modéstia e recato, prosseguindo:

– Trouxe-lhe aqui, a pedido de sua mãe, para que conversasse com Alguém que deseja vê-lo pessoalmente. Foi uma audiência complicada de se conseguir. Mas me utilizei, para obtê-la, de meu precedente de amigo íntimo de muitos séculos do Vulto que o entrevistará. Já sabe quem é?

A intuição me antecipava os pensamentos do ancião sábio que me ladeava, enquanto trafegávamos por um majestosíssimo corredor, um vão à direita da gigantesca estátua de Aspásia, muito largo e com pé direito tão alto quanto o do salão principal do templo. O piso xadrez (que, pelo ângulo do qual os observava, mais lembrava composto de losangos encaixados que de quadrados) também continuava, idêntico ao do ponto onde cheguei naquela dimensão de existência. Erasto, então, ratificou minhas impressões íntimas e indicou, braço estendido, destra espalmada, uma porta imensa, d’onde brotava uma explosão de Luz Branca, indescritivelmente bela, anunciando, tão-só:

– Sim, é Ele mesmo. O Apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso, aguarda-o.

Seria o momento de dizer que o coração saiu-me pela boca, mas, se me deixasse emocionar à vontade, acabaria tragado de volta ao corpo, instantaneamente, da mesma forma que as emoções intensas em pesadelos despertam, sobressaltado, o sonhador, por mecanismo de defesa da união corpo-espírito, no transcurso da reencarnação. Treinado para não permitir que isso acontecesse (o que, sem dúvida, foi particularmente difícil nesta ocasião), contando com enorme ajuda dos Espíritos do Bem, que me assistiam neste momento sublime, para que não retornasse ao arcabouço biológico, antes de concluir o Intercâmbio Excelso que me estava sendo ensejado, avancei para a sala-Luz, e, do centro da luminescência explosiva, surgiu venerando busto de homem, cabeleira vasta e traços de uma virilidade impressionante, ao mesmo tempo angulosos e arredondados, aparentando seus cinqüenta anos muito bem conservados, ombros largos, cabelos completamente escuros, tez levemente morena e parecendo crestada ao Sol. No primeiro lampejo de psicovidência, fiz menção de lançar-me de joelhos e beijar-lhe a mão, que se entendia em minha direção, na mensagem inarticulada do cumprimento, sendo abruptamente interrompido, em meu intento, por uma voz imperiosa, que eclodiu dentro de minha mente, provinda do augusto Entrevistador:

– Irmão em Cristo!

Entendendo como uma ordem inquestionável a não genuflectir e apenas apertar-lhe a destra, em cumprimento formal e seco entre “iguais” – na bem típica, celebérrima e radical reação de humildade do Apóstolo da Gentilidade, que abominava quaisquer pruridos de idolatria entre irmãos em humanidade –, obedeci-lhe sem questionamento, apertei-lhe a mão, sem nem de longe convencer-me de que não deveria curvar-me, ante ser tão alcandorado de Luz Espiritual. E, em poucas palavras, disse o maior divulgador do pensamento de Jesus, depois do próprio Cristo, em toda a história da Cristandade:

– Desde o desligamento formal do Movimento Espírita na Terra, saiu você da “alçada de responsabilidade” de Bezerra de Menezes, responsável pelos projetos de divulgação do pensamento kardecista, e pôs-se sob minha direta supervisão, que sou o coordenador dos empreendimentos de disseminação de nossa Doutrina: a Doutrina Cristã. Estará, a partir de agora, sob minha tutela e condução…

Passou-me mais algumas orientações, impublicáveis, e retornei, encontrando Delano banhado em lágrimas, podendo eu também, finalmente, emocionar-me, ao meu modo, já que não mais interromperia o transe, que se havia terminado.

Que Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, esteja conosco, e nos ponha à altura da dignidade de receber orientação e tutela de Ente tão nobre do Plano Sublime de Vida.


(Texto redigido em 15 de março de 2009. Revisão de Delano Mothé.)


Convite:

TRÊS MAGNÍFICAS HISTÓRIAS DE AMOR.

Uma magnífica história de amor que, em vez de concluir-se exitosa, fracassa, retumbantemente… Uma segunda, com extraordinário potencial à ventura, em que a derrota delineia-se, mas que encontra esperança, de última hora, sem perspectivas claras, todavia, do que realmente está para acontecer. Por fim, um romance perfeito, que surge arruinado três vezes, terminando por desfechar-se de modo excepcionalmente feliz, sob a Tutela da Espiritualidade Sublime.
Este é o tema base de nossa palestra de domingo, afora as sessões de perguntas e respostas, oferecidas aos participantes, tanto com o palestrante, como com a mentora desencarnada, em manifestação psicofônica, ao fim da preleção noturna.
Domingo, 19 de abril, 20h, Auditório da Sociedade Semear, Rua Vila Cristina, 148, com passes ministrados entre 19h15 e 19h45.
Cortesia garantida aos que estiverem em primeira visita. Mais informações, pelo telefone 3041-4405 ou pelo e-mail perguntas@saltoquantico.com.br.

Equipe Salto Quântico.