Benjamin de Aguiar,
pelo
Espírito Anacleto.

No perdão, a autolibertação.
Na serenidade, o domínio completo sobre si.
Na continuidade de todas as tarefas e compromissos por que se é responsável, a conquista da mais duradoura, sólida e profunda vitória sobre si mesmo.

Retoma, estimado amigo, a dianteira de teus encargos, não importando a dimensão e multiplicidade dos obstáculos que se interponham entre ti e teu dever: transpõe-nos, todos, não te permitindo descoroçoares; antes, fazendo-te e te sentindo desafiado a seguires, mais férrea e seguramente, a senda de Luz que designaste para ti, com a supervisão dos teus Mestres do Plano Sublime de Vida.

Notas-te com fraquezas humanas normais… mas considera, prezado companheiro, que pessoas com teu nível de inteligência, na Terra, jamais se abalançam a calarem-se, para conferir o crédito a Outros Seres, muito menos Os assumindo como Superiores. Reconhece, ao menos para te confortares, que consagraste toda tua encarnação, até a presente data, desde a adolescência, a um ideal que poucos abraçam (porque pouco crível e aceitável), e, quando o esposam, costumam fazê-lo sem alarde, na surdina cômoda do anonimato.

Foi-te confiado poder imenso sobre pessoas, instituições e mesmo sobre o destino de comunidades (e poucos divisam isso, ainda que longinquamente); no entanto, abdicas deste tão significativo poder, sem sequer fazer esforço algum (eis o motivo de tua dificuldade em reconhecer a renúncia a que te confias, sistematicamente e de sempre), em prol do bem comum, dia sobre dia, ano sobre ano, década sobre década…

Agradece a Deus, dessarte, tão amado amigo, pela oportunidade singular de exemplificares tua fé, perante a multidão ensandecida e carecente de manifestações genuínas de transcendência, e prossegue, em tua reta vereda de luminíferas realizações, contrariando convenções, queimando mesmo a própria imagem, tantas vezes, para mais encontrares recursos a salvar alguns a mais da goela sanguissedenta do materialismo-ateu, dos vícios, do desespero, da desorientação, da falta de propósito para viver, da infelicidade crônica…

Oh, vanguardeiro da fé, por que o Selo Sagrado de Deus brilha, sobranceiro, sobre a Obra que iniciaste na Terra, justamente numa época em que praticamente todas as Instituições religiosas perdem o brilho do convencimento e da credibilidade? Por que fenômenos extraordinários, sem precedentes, no aglomerado e continuidade com que têm espocado, surgem exatamente na Casa que fundaste, sob Tutela Superior? Podes me responder?

Cala, assim, as vozes mentais que ainda te pretendem silenciar e sossega teu coração: somente aqueles que trazem consigo a Direta Chancela do Alto podem capitanear uma Organização onde eventos nunca d’antes ocorridos na Humana História dão-se, aberta e amplamente. Parece-te exagerada a assertiva? Raciocina comigo, então: Como a fé deixou de ser imprescindível, para a ocorrência dos ditos “milagres”? Como a proteção se distende a todos que contigo colaboram e não só a alguns poucos e especiais felizardos, coroados de grande devoção, como acontece, em contrapartida, em outros institutos religiosos, de qualquer definição dogmática? Por que os Cristos de Deus, sobremaneira Maria Santíssima, escolheram tua Casa, para manifestarem tão espetaculares prodígios?

E tu, internamente, ainda te condenas, por não seres melhor pessoa… É por te faltar a coroa impoluta da santidade? Que dizer então de Jesus, que preferiu o convívio de meretrizes e homens de conduta antipolítica, para os padrões de Seu tempo, a estar com os moralistas e pessoas tidas como virtuosas daquela época?

Não percebes a gigante e incomparável aura de Cobertura, Intercessão e Autorização Divinal que se estabelece em torno de tua pessoa? e como os inimigos da Causa que aceitaste, heroicamente, encabeçar, na crosta terrena, condenam-se à pachorra, à monotonia, quando não à crassa desgraça? E, por outro lado, não notas como prosperam, amadurecem e se tornam mais sábios, felizes e espirituais os que se põem debaixo de tua influência, tanto mais quanto mais perto de ti estejam?

Perdoa, assim, querido irmão, a loucura dos que te invejam e antipatizam, gratuita e injustamente, e nem sequer disso têm consciência clara, assim como desculpa os que mais conscientemente demonstram tais tendências – os componentes de ambos os grupos não sabem o quanto estão perdendo, por não aproveitarem a aproximação de tua pessoa, ainda que à distância, pelo contato com as ideias de que te fazes porta-voz (mas um contato de coração aberto e mente desarmada): os conceitos de sabedoria, espiritualidade e felicidade, dentro de esquemas principiológicos compatíveis com a modernidade…

Releva-lhes os desatinos, porque eles te veem em teus papéis de humanidade comum: observam-te num corpo de carne, idêntico ao que portam, percebem-te utilizando o mesmo idioma de que fazem uso para se comunicar, e concluem, com uma lastimável convicção íntima, que tu és um deles … É por isso que te atacam psiquicamente e conjecturam injustos despautérios, a respeito de ti: é-lhes impossível admitir que tu sejas quem és, sendo eles quem são, tão apegados a posses, aparências, prestígio ou poder; constitui-lhes quase uma impossibilidade assimilar a noção de que vivas tão completamente movido pelo Ideal. Esta a razão para alguns julgarem-te louco ou charlatão… este ou aquele ainda aditando, gentilmente, a ressalva: “embora genial”.

Sabes que não és gênio, mas que, na condição de portador de uma luzidia e multifacetada inteligência, puseste-a, como todo o teu ser, teu tempo, tuas forças, tua vida mesma, a serviço de Gênios Celestes; e é exatamente o que mais inacreditável soa para eles, a despeito de todos os “impossíveis” do Céu a abundarem em torno de teus passos, da Obra que refletes na Terra, em Nome dos Anjos do Criador, com a marca inconfundível de Deus: os assuntos de vida e morte, que acontecem por já décadas sucessivas.

Continua, portanto, em teu caminho iluminativo, libertador e felicitador de tantas almas, serenamente. Recorda-te, em breve retrospecto, do quanto é padrão esta atitude desairosa, agressiva e ofensiva (quando não homicida) contra os legítimos representantes das Alturas, em todas as épocas, exatamente porque constituem a semente de um novo sistema sociocultural, de um novo paradigma de ser, sentir e pensar o mundo, de um modelo diferente, mais complexo e sofisticado, de valores e ideias que só no futuro merecerão ser ovacionados, largamente. Cristo na Cruz e os mártires dos primórdios da Era Cristã, devorados por feras famélicas, perfazem notícia-símbolo, perene e dramática, do fator destrutivo (renovador) que atuou em todos os séculos passados, e hoje ainda se manifesta, inobstante sutilmente, na vida de todo genuíno apóstolo do Senhor.

Estás a serviço do Céu, em pleno mundo das formas – que mais te importa? Se alguém de ti quiser se abeirar, para se beneficiar da Luz que canalizas de Cima, excelente(!): pois que estás sempre de braços abertos, acolhedores e indulgentes, como lídimo representante de Quem és. Mas ai daqueles que insistirem na estultícia de se porem contra a Vontade de Deus… Pagarão, muito caro, por tão blasfemo desplante, tão mais disparatado, quanto mais há evidências a provarem o erro medonho em que incorrem… Consequências medonhas essas que já lhes recairão nesta vida física que por um tempo desfrutam… e… na outra… só Deus o sabe…

(Texto recebido em 22 de agosto de 2010.)


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