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O que é realidade?
Onde começa a fronteira da ilusão?
Acreditarmos muito em alguma coisa nos revela uma distinção entre realidade e fantasia?
O que é o mal?
Onde se encontra o bem?
Amar alguém indica-nos algo sobre esta pessoa ser do bem?
Rejeitarmos como chocantes uma situação ou indivíduo torna-os maléficos?
Sermos religiosos tão somente nos faz pessoas do bem?
Eis algumas das atordoantes complexidades psicológicas e morais da vida, que temos que enfrentar para amadurecermos como seres humanos.
A verdade tem muitos e significativos aspectos assustadores. Uma das fortes razões para tantas pessoas preferirem (conscientemente ou não, parcial ou totalmente) enlouquecer a facear uma realidade difícil.
(…)
Pessoas idosas e/ou “feias”, para certos padrões de tempo e lugar, são apresentadas nos mitos e contos de fadas como malevolentes e aterrorizantes, sendo assim compreendidas por indivíduos infantilizados.
O amor instintivo da parentela biológica, para muitos, é o bastante, isoladamente considerado, para garantir a pureza de intenções, bem como a excelência dos efeitos deste “amor”, ainda que fira o bom senso e os princípios elementares de liberdade e respeito à individualidade dos seres ditos “amados”.
Os fenômenos paranormais e mediúnicos são vistos como diabólicos, sem qualquer avaliação profunda, por parte daqueles que se sentem “de Deus”, tão só por seguirem ritos religiosos mecanicamente, qual a reza automática do terço ou meras recitações da Bíblia.
Atentemo-nos!
Jesus foi ardorosamente contra as classes religiosas de Sua época e cultura, que eram também representantes dos segmentos mais políticos e intelectualizados de Sua nação.
Avaliemos com mais profundidade o que julgamos verdadeiro e benevolente, sobremaneira quando temos por inquestionáveis certas ideias, pessoas ou instituições. Isso denuncia, em vez de fé, soberba e fanatismo.
O mais próximo da verdade que podemos atingir, na condição de seres humanos, paradoxalmente costuma estar no campo das ambivalências e não das certezas, longe das crenças fechadas e dos caprichos pessoais, perto do que nos faz mais humanos, abertos, lúcidos e, por isso mesmo, mais despojados de preconceitos.
Benjamin Teixeira de Aguiar e Amigos Espirituais.
18 de abril de 2013.