Não se calam vozes interiores – elas são temporariamente soterradas no campo inconsciente da psique e tornam à tona da parte vígil da mente, pioradas e nos piores momentos: quando a pessoa está fragilizada e/ou incursa em situações delicadas, o que acaba problematizando outras áreas de sua vida, além de agravar a própria chaga psicológica que a tal voz “banida” representa.
Acolher esse padrão abominado constitui exercício não só terapêutico, mas espiritual e cristão: devemos ser fraternos(as) e amar o(a) inimigo(a) dentro de nós, educando-o(a), em vez de tentar “matá-lo(a)”. Não é possível autêntica integridade moral, sem profundo processo de integração psicológica.
Para desfrutarmos um mínimo de paz, estabilidade e bem-estar, concedamos vez a todas as vozes mentais, no parlamento de nossas almas, e busquemos, com equilíbrio, a vivência possível (sempre imprevisível e dinâmica) do princípio da totalidade.
Essa meta só é exequível com o senso de propósito e a definição de prioridades que apenas o centro de consciência pode determinar. Distinguir essa voz de todas as outras, por conseguinte, num contínuo esforço de refinamento das percepções e intuições sobre o mais profundo si-mesmo(a), constitui o trabalho mais importante de cada criatura humana – o que Nosso Senhor Jesus preconizou no “buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
18 de novembro de 2020